Doenças mentais ainda são um tabu, mas cada vez mais está inserindo na ciência. Quem toma remédios, independente se você tenha depressão ou esquizofrenia, sabe dos efeitos colaterais e não são nada bons. São tremores, agitação, dificuldade de dormir; sonolência, vertigem; perdas na função sexual e ganho de peso. Muitas vezes confundidos com a própria doença, os efeitos colaterais da medicação para esquizofrenia causam direto impacto funcional negativo no cotidiano e na qualidade de vida dos pacientes.
Por isso, mudar esse panorama foi uma das motivações para Sibele Berenice Castellã Pergher (coordenadora do projeto), Artur de Santana Oliveira e Ana Clécia Santos de Alcântara. Eles são cientistas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e, recentemente, desenvolvessem uma nova tecnologia com impactos na área da química e da medicina, no qual cria um compósito. Ou seja uma camada que vai ajudar a melhorar a absorção dos remédios e, por conseguinte, diminuir os efeitos colaterais.
Como funciona o produto, que primeiramente ajuda no tratamento de Esquizofrenia
O produto patenteado é um material compósito, formado à base de argila e dois biopolímeros que se complementam entre si. Mas por que argila? Pelo fato de controlar a taxa de dissolução, taxa de liberação ou até mesmo ajudar na liberação do fármaco em um local específico. Além disso, as argilas são constituintes inertes, sem capacidade de interferir na farmacologia do componente ativo.
Inclusive, as argilas são constituintes inertes, sem capacidade de interferir na farmacologia do componente ativo. De acordo com Sibele Pergher, em entrevista, para UFRN, o compósito funciona aprisionando uma droga chamada olanzapina, que é usada no tratamento da esquizofrenia.
Com esta possibilidade, os cientistas conseguiram controlar a liberação da olanzapina no organismo. Sendo assim, o tratamento tende a ser mais eficiente, pois a droga será liberada exatamente no lugar em que o organismo deve absorver ela. “E evita a pessoa estar tomando o remédio muitas vezes ao dia, podendo absorver em outras partes do organismo, que não faz o efeito desejado ou até pode prejudicar”, destaca a professora do Instituto de Química.
Depositada em 2016, sob o nome Bionanocompósito lpm-7 para liberação controlada de olanzapina a partir do argilomineral montmorillonita. Além disso, a invenção tem a perspectiva de influenciar o cotidiano de quase 30 milhões de pessoas no mundo que convivem com a esquizofrenia.
Nome popular do medicamento
Seus nomes comerciais incluem: Axonium, Midax, Zyprexa, Zydis, Zap, Zalasta, Zolafren, Olzapin, Rexapin e Simbiax (combinado com fluoxetina).
Olanzapina é um medicamento antipsicótico utilizado para o tratamento de esquizofrenia. A olanzapina é um antipsicótico atípico de segunda geração, sendo estruturalmente similar a clozapina e classificado como tienobenzodiazepina. Seus nomes comerciais incluem: Axonium, Midax, Zyprexa, Zydis, Zap, Zalasta, Zolafren, Olzapin, Rexapin e Simbiax (combinado com fluoxetina). É um dos neurolépticos mais usados no mundo.
Está na Lista de Medicamentos Essenciais da Organização Mundial da Saúde
Mais sobre esquizofrenia
Antes de receber o nome que tem, a esquizofrenia recebia o nome de demência precoce. Na medida em que avança, a pessoa passa a ter maior dificuldade de raciocínio, memória, atenção, concentração e planejamento, conjunção de sintomas que, em relatos recorrentes em momentos de crise, alimentam pensamentos que fazem com que pacientes imaginem que nada nesse mundo tem tanto valor, e intuições de ausência de apoio, como não há onde atracar.
Como curiosidade, nenhum esquizofrênico nasceu assim, em um movimento quando os sintomas começam a surgir, o que para a maioria ocorre entre os 12 e 30 anos de idade.
“Por a dificuldade tender a ser majorada, a liberação controlada é fator relevante. Bom pontuar que o processo tem grande relevância acadêmica por aprofundar esse conhecimento em sistemas de drug delivery, onde podemos desenvolver materiais carreadores de medicamentos e controlar sua liberação”, salientou Sibele Pergher.
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