Hoje, 20 de julho, é dia do amigo, mas resolvemos falar sobre uma amizade famosa no Rio Grande do Norte: Câmara Cascudo e Onofre Lopes. Eles eram que nem a música de Roberto Carlos: Amigos de fé, irmãos e camaradas.
Onofre Lopes não é apenas nome de hospital, como também é um médico famoso na cidade e o primeiro reitor da UFRN. Além disso, Cascudo e Lopes eram defensores assíduos da criação da Universidade do Rio Grande do Norte.
E esse reflexo desta amizade pode ser visto em várias manifestações públicas de carinho e afeto. Eles se conhecem desde a juventude e falamos um pouco nesta matéria onde se conheceram.
No livro “Na Ronda do Tempo”, em 1969, tem o prefácio de Lopes, que escreve desta seguinte forma:
“Meu velho e sempre nôvo Cascudo: Deseja você, sob o impulso afetuoso da amizade que seja eu o prefaciador dêste seu Diário de 1969(…)” “(…)você é a mais antiga Universidade do Rio Grande do Norte.” “Êste seu livro, meu caro Cascudo, desvenda-nos agora os tesouros de sua alma, as nuances infinitas de um espírito rejuvenescido nas emoções mais puras que um homem pode usufruir.”
Neste livro, Cascudo narra o tempo que foi internado no Hospital Onofre Lopes após a insistência do amigo.
Prêmios e publicações marcam mais a amizade
Por conta desta amizade, no ano de 1967, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, confere a ele o título de Professor Emérito. A solenidade ocorre no dia 21 de março, sendo reitor o Professor Onofre Lopes. Com este título a Universidade presta a Cascudo uma grande homenagem ao reconhecer o seu caráter de “mestre de maior saber e talento“.
Além disso, no mesmo ano, publica as obras “Jerônimo Rosado”, “Mouros, Franceses e Judeus”, “Folclore no Brasil” e o 1o volume da “História da Alimentação no Brasil”.
Além disso, Cascudo recebe o nome do museu organizado pela própria UFRN.
Já em 1971, o Onofre Lopes, quando ainda era reitor da instituição, insiste com Cascudo para a publicação na Imprensa Universitária e ele resiste. No entanto, o Ministro da Educação e Cultura, Jarbas Passarinho, presente ao cerimonial de transmissão da reitoria da UFRN, em Natal, expressa interesse na publicação do livro, que finalmente é lançada. O livro se chama, portanto, ““Civilização e Cultura”, tratado de Etnografia Geral com 741 páginas. O livro, concluído em 1962, passou 11 anos para ser publicado, tendo ficado 9 anos perdido. Inicialmente seus originais foram entregues à Imprensa Estadual de Pernambuco, sem cópias existentes em Natal. A administração da Imprensa é mudada e em 1964 os originais tinham desaparecido. Em 1970, eles reaparecem, sendo reenviados a Cascudo, amarrotados, sujos, riscados e com capítulos incompletos. Cascudo, decepcionado, guarda-os numa gaveta.
Para ter uma ideia de como essa amizade era grande, Onofre Lopes era médico da família.
Também é publicado o livro “Movimento de Independência no Rio Grande do Norte”.
Amizade durou até a morte mesmo
Eram tão amigos que o encantamento destes dois foram praticamente próximos. O Onofre Lopes faleceu em 1984 e, dois anos depois, foi a vez de Cascudo.
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