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Abertura do Teatro Riachuelo mostra Natal desigual na Covid

Teatro Riachuelo

Recentemente, eu recebi uma notícia sobre a volta do Teatro Riachuelo. Eles vão abrir as portas pela primeira vez após o decreto proibir estabelecimentos culturais por conta da Covid-19. O show desta sexta-feira (2) será com o comediante paraibano Zé Lezin. Mas por que tão cedo? Eles não fizeram por aleatoriedade, apesar de 33% dos…

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Recentemente, eu recebi uma notícia sobre a volta do Teatro Riachuelo. Eles vão abrir as portas pela primeira vez após o decreto proibir estabelecimentos culturais por conta da Covid-19. O show desta sexta-feira (2) será com o comediante paraibano Zé Lezin.

Mas por que tão cedo? Eles não fizeram por aleatoriedade, apesar de 33% dos natalenses estão vacinados, a organização do Teatro sabe quem são os seus clientes, sendo a maioria são pessoas mais velhas, de classe média alta e frequenta o terceiro piso do Midway Mall, onde a casa de shows fica.

O que assusta, no entanto, não é a reabertura do teatro apenas, mas também de mostrar que o retorno das atividades normais é desigual em Natal. De acordo com os dados da Secretaria do Estado da Saúde Pública (Sesap), 29,09% dos doentes do Covid são moradores da Zona Sul, uma das prósperas da região.

Se somarmos com a zona Leste, este número salta para 47,98%. Ou seja, mais da metade dos doentes vem de bairros mais prósperos da cidade e são os mesmos que mais receberam vacinas, conforme a matéria da jornalista Cledivânia Pereira para o Saiba Mais. 

Pelos dados desta terça-feira (29), o RN +Vacinas (alimentado pelo LAIS-RN) mostra que o número de pessoas que já teve acesso à vacinação (a pelo menos uma dose), passou para 500 mil. Isto representa 55% da população da Capital, estimada em 890 mil habitantes.

Mais da metade dos ricos já receberam a segunda dose

Ou seja, isto mostra que quanto mais populoso e com menor índice de desenvolvimento humano, menos pessoas com vacina. Ao todo, 121.513 já receberam a segunda dose, sendo a maioria dos bairros da zona Sul e Leste.

A jornalista Cledivânia, na semana passada, constatou que ranking o bairro de Areia Preta como o local com mais vacinados, pelo menos uma dose. Em seguida vem Tirol (56%), Petrópolis (53%), Lagoa Seca (46%), Pitimbu (42%), Neópolis (40%), Capim Macio (40%), Candelária (40%), Rocas (40%) e Lagoa Nova (38%).

Isto porque não ainda existem dados de quantas pessoas que viajaram aos Estados Unidos para receber a vacinação há alguns meses, apesar de que algumas agências natalenses ofereceram este serviço. Pelo menos o Aeroporto de Natal não tem ainda uma fonte oficial sobre este assunto.

Enquanto os ricos estão saindo para se divertir, quase 40% da população mais pobre do RN está morrendo de Covid. Entre os bairros com maiores óbitos estão Pajuçara, Igapó, Felipe Camarão e Lagoa Azul.

Os dados da Covid-19 em Natal

Em 1 ano e três meses de pandemia do novo coronavírus, o Rio Grande do Norte tem 291.738 casos confirmados, sendo que 6615 óbitos. Já na capital potiguar, Natal, teve 72.613 casos e 2473 até o momento da elaboração desta postagem.

Teatro promete medidas de segurança

De acordo com a assessoria de imprensa, o teatro está seguindo rigorosamente todos os protocolos de distanciamento e higiene sugeridos pelo órgão municipal de saúde.

O mapa da sala de espetáculos estará com assentos bloqueados seguindo o distanciamento obrigatório, será aferida a temperatura de todos os clientes na entrada (algo que já é comprovado que não funciona, uma vez que as variações do Covid não incluem a febre), e o bar não estará em funcionamento para que os clientes possam manter suas máscaras enquanto permanecerem no local.

Além disso, álcool em gel aos clientes, as equipes de trabalho serão menores, e a saída dos clientes será escalonada por setores e andares. As medidas visam maior segurança e também serão acatadas tanto pelo artístico quanto pelos profissionais do Teatro.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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