Pouca gente sabe, mas a música erudita ainda está presente. Além disso, os potiguares não fazem feio e tem gente de renome sendo estudada por orquestras do mundo todo. Na parte do violoncelo, primeiramente, aconteceu com a vinda de Thomas Babini, um italiano aventureiro, que se apaixonou pela cidade e formou vários músicos. Por isso, vamos contar a sua história a seguir.
Quem é Thomas Babini
Como falado anteriormente, seu nome é Thomas Babini. Ele nasceu em Faenza, na Italia, e estudou com Francesco Serato (1843-1919) em Bolonha, mas, devido ao seu espírito aventureiro, viajou para a América do Sul tocando em cidades brasileiras como Belém, Recife e Rio de Janeiro, no início do século XX.
No Rio, ele conheceu o compositor Heitor Villa-Lobos, com quem dividiu os palcos do Theatro Municipal. Mas, futuramente, ele iria conhecer a capital do RN.
E quando ele morou em Natal
Provavelmente em turnê com o Trio com o qual tocava, Thomas Babini viajou a Natal. O que era para ser apenas um passeio, virou o seu lar. Por aqui, se instalou e começou a formação de violoncelistas que tiveram impacto na história do violoncelo no Século XX.
Foi nas terras potiguares que formou formou violoncelistas como Aldo Parisot (1918-2018), Italo Babini (1922), Mario Tavares (1928-2003) e Nany Devos (1925-1995). Assim, fazendo com que Natal tivesse uma bonita cultura com o violoncelo. O Italo, por sinal, é filho de Thomas.
A Nanny Devos, por sinal, recebeu a alcunha de mãe dos violoncelistas, através desta matéria na Tribuna do Norte.
De acordo com os seus alunos, Babini tinha uma dedicação absoluta aos alunos e, mesmo fora das aulas, passava várias horas planejando o que poderia ser feito para o desenvolvimento dos que estudavam com ele. Cobrava rigorosamente o solfejo; os alunos tinham que entoar corretamente tudo o que tocavam, e era inflexível com as escalas, arpejos, estudos e com os concertos de Karl Davidoff que tanto amava.
De acordo com reportagem do jornal Diário de Natal de 1909, a chegada de Babini a Natal foi um acontecimento de grandes proporções, com casa cheia e todas as pompas possíveis à época.
Após sua temporada em Natal, Thomaz mudou para Recife.
Quem está por trás desta pesquisa sobre o músico
O autor desta biografia foi o violoncelista Fabio Presgrave, que é professor da Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN). A sua pesquisa está em um artigo no livro “Violoncelo, um compêndio brasileiro”, no qual a leitura está, portanto, disponível neste link.
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