Quando rola janeiro e fevereiro, os natalenses ficam ansiosos primeiramente pelos shows de verão que acontecem na praia de Pirangi. No entanto, há algum tempo, mais precisamente nos anos 60 e 70, a Redinha era palco da Festa do Caju, que era bastante tradicional e acontecia na praia. O nome era uma forma de celebrar o caju e suas variantes, uma vez que é um dos principais produtos do RN.
Era lá que os adultos se divertiam e os adolescentes paqueravam. Tanto que as pessoas associavam que janeiro era sinônimo de Festa do Caju. Acontecia no Redinha Clube, que era uma casa próximo da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes.
Sua construção foi a única tolerada pelos moradores e veranistas naquela linha de frente para o mar. O desejo do vislumbre da paisagem à frente, dos paquetes deslizando pelo mar, sem construções ou concreto para atrapalhar a vista fazia-se, naquela época, o papel de plano diretor da Redinha, elaborado pelos próprios entusiastas da praia.
O prédio estava sob a administração da Associação de Veranistas. A primeira sede era de madeira e somente em 1935, após uma reforma ergueram com as pedras da praia.
Como funcionava a Festa do Caju?
A Festa do Caju era uma mistura de São João com Carnaval, no qual tinham bandas que tocavam marchinhas e outras músicas do período. Sempre era na segunda quinzena de janeiro. Além disso, tinha algumas brincadeiras, como o campeonato de quem fosse trazer o maior caju, no qual ganhava prêmio em dinheiro.
Um dos participantes e morador assíduo da Redinha era o João Medeiros Filho, hoje uma das principais vias que liga a praia da Redinha com os outros bairros da zona Norte de Natal. Além disso, quem fundou foi João Herôncio de Melo, que também é nome de rua, próxima da orla.
A seguir, portanto, vários anúncios da festa pelos colunistas da época.
O que tocava na Festa do Caju
O evento, no Redinha Clube (foto acima, autor Nelson Mattos Filhos, do blog Diário do Avoante), tinha um cunho elitista. Participavam, além dos veranistas, convidados da alta sociedade natalense, sem presença dos nativos. As bandas de baile tocavam para um salão lotado com bandas de baile, frevo e escolas de samba, cheio de moradores de Tirol e Petrópolis.
A festa tinha bastante prestígio, visto que recebeu uma crônica de Newton Navarro no Diário de Natal.
O fim da Festa do Caju
A idade avançada daqueles veranistas, o desprestígio crescente da praia e, nos últimos anos de celebração, a violência, são motivos apontados para o fim da Festa do Caju, que aconteceu em meados da década de 80.
Os relatos que coletei foi, portanto, no blog Papo Cultura e trechos do Diário de Natal na Biblioteca Nacional.
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