Após a saga do vaqueiro para ter o site de volta, o Brechando voltou e desta vez vamos falar de uma das brechadas que fiz na última quinta-feira (20). Perambulando pela av. Senador Salgado Filho, eu parei no sinal que cruza a via com a ex-Bernardo Vieira, agora Av. Nevaldo Rocha, o famoso cruzamento do IFRN ao Midway onde rola os protestos políticos.
A Prefeitura do Natal, por conseguinte, já modificou a via para o nome atual na calçada do IFRN. Entretanto, uma pessoa insatisfeita resolveu colocar um adesivo por cima da antiga placa que está no outro lado da rua, uma vez que sugeriu que a via mudasse de nome para Luiz Maranhão. Luiz é irmão do ex-prefeito de Djalma Maranhão, no qual foi preso e torturado na Ditadura Militar (1964-1985).
Além disso, seria uma crítica sobre o nome de Nevaldo Rocha, visto que seu nome esteve na investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT) em alusão ao trabalho escravo. Embora a justiça tenha inocentado a empresa.
Mais sobre Luiz Maranhão
Luiz Inácio Maranhão Filho nasceu no dia 25 de janeiro de 1921 em Natal e casou com Odette Roselli Garcia Maranhão. Além disso, atuou como advogado e professor universitário, dando aulas no Atheneu Norte-Riograndense, na Fundação José Augusto (onde funcionava a Faculdade de Jornalismo e Filosofia) e na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Ainda mais fazia eventualmente colaborações como jornalista no Diário de Natal e na Revista Civilização Brasileira. Entrou para o Partido Comunista Brasileiro em 1945 e, em 1952, foi preso e recebeu tortura dos militares da Aeronáutica, em Parnamiri,. Seis anos depois, ele se torna deputado estadual pelo Partido Trabalhista Nacional e ficou no cargo até 1962.
Em 1964, visitou Cuba, após a instauração do governo de Fidel Castro, e, ao voltar, foi preso e recebeu tortura em Fernando de Noronha com Miguel Arraes, avô de Eduardo Campos.
No ano de 1974, Luiz Inácio Maranhão Filho foi preso em São Paulo, desaparecendo em seguida.
Seu desaparecimento
Em maio do mesmo ano, no entanto, sua esposa Odette Roselli denunciou através de uma carta que Luiz Maranhão estava sendo torturado pelo delegado do Departamento da Ordem e Polícia Social (DOPS), Sérgio Paranhos Fleury. Posteriormente, enviou uma carta ao MDB e o Deputado Thales Ramalho leu no plenário da Câmara Federal.
Em 08 de abril de 1987, o ex-médico e torturador Amilcar Lobo revelou, portanto, em entrevista à Revista Isto É, que viu Luís sendo torturado no DOI-CODI, do Rio de Janeiro. Em 1993 o ex-agente do DOI-CODI, Marival Chaves, em entrevista à Revista Veja, disse que Luís fora trucidado pelos órgãos de segurança da ditadura militar; seu corpo nunca encontraram.
No entanto, em 21 de setembro de 1978, Luiz Maranhão Filho ganhou, finalmente, a anistia após o absolve Conselho Permanente de Justiça absolver, por prescrição penal, diversos membros do Partido Comunista acusados durante a ditadura militar.
Sobre Nevaldo Rocha
Nevaldo nasceu em Caraúbas. Começou a trabalhar em Natal numa famosa relojoaria. Naquela época, a cidade era considerada um ponto estratégico para a aviação norte-americana. Em pouco tempo, destacou-se como vendedor e acabou, no fim das contas, comprando a loja do seu antigo patrão.
No final da década de 1940, junto com o irmão, Newton Rocha, Nevaldo abriu sua primeira loja de roupas. Recebeu o nome de A Capital.
Depois de quatro anos, os Rochas construíram uma confecção em Recife. Abriram, também, mais quatro pontos de venda para distribuir e comercializar as peças da confecção própria. Foi assim, porquanto, que surgiu a fábrica Guararapes.
Anos depois a fábrica mudou ao RN e foram construídas novas fábricas em Fortaleza e Mossoró.
Na década de 70, eles compraram uma loja chamada Riachuelo, que vendia apenas tecidos e se tornou uma das maiores lojas de departamento do país. Além disso, a loja representa 75% do faturamento do grupo. Depois, os negócios da família expandiu para outros setores da economia, garantindo bons rendimentos com seus cartões de crédito, com sua transportadora, seus shoppings centers e suas lojas próprias.
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