Esses vestidos brancos da fotografia acima eram um sinal de que eram as alunas da Escola Doméstica, antigo colégio destinado às mulheres. A imagem é do ano de 1914, quando a escola funcionara na Praça Augusto Severo, na Ribeira. Faz parte do acervo de Manoel Dantas, um importante educador no Rio Grande do Norte.
Hoje, a primeira unidade da Escola Doméstica é a Unidade Básica de Saúde Carlos Passos.
Essas imagens estão no livro “Do Passado ao Presente“, do arquiteto João Maurício Fernandes de Miranda. A obra analisa a capital potiguar em três momentos e décadas diferentes.
O colégio surgiu no dia 1 de setembro de 1914 pelo poeta Henrique Castriciano, irmão da também poeta Auta de Souza, que já falamos do blog. Ou seja, a fotografia mostra as primeiras alunas e como era a escola no século XX. Castriciano se inspirou em fazer o colégio após uma viagem na Suíça. Ele conheceu uma instituição de ensino para meninas, mas que não tinha ligação com a igreja.
Na época, a atividade doméstica da mulher deveria ser ressaltada. Além da atividade doméstica da mulher, as alunas aprendiam o desempenho no lar, a preparação para o Magistério e o ingresso em escolas de Ensino Superior. Ou seja, ensinava ser dona de casa, mas também estimulava as mulheres a ingressarem em outras carreiras.
Apesar das mudanças, o uniforme branco da Escola Doméstica virou uma marca da instituição educacional, no qual foi se reestruturando a medida que avançavam as décadas.
Na década de 50, a Doméstica transferiu para Avenida Hermes da Fonseca quando o Governo do Estado cedeu um terreno para a construção de uma unidade própria. Foi extinta em 2019, quando o colégio Henrique Castriciano, unidade mista do colégio que surgiu na década de 80, e a Doméstica se tornaram um espaço só. Agora, o colégio se chama Noilde Ramalho.
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