A foto acima mostra como era a Rádio Poti de Natal, hoje o prédio, que também foi sede do Diário de Natal, está totalmente abandonado e descaracterizado. Mas, não podemos esquecer da importância dessa emissora que ajudou a impulsionar o rádio local. Tudo começou na década de 40, Natal só tinha jornais impressos e um sistema de alto-falantes que passava as informações sobre os outros estados brasileiros. Então, os empresários Carlos Lamas e Carlos Farache resolveram criar uma rádio e assim surgiu a REN, sigla para Rádio Educadora de Natal, onde a sede foi construída por Gentil Ferreira, que depois seria conhecido como prefeito de Natal por dois mandatos.
Apesar dos dois grandes idealizadores e da participação social, pertencia a vários acionistas, dentre eles: Carlos Farache, José Gurgel do Amaral Valente, Paulo Pimentel, Gentil Ferreira de Souza, José Elpídio dos Santos e Luís Câmara Cascudo. Inicialmente, a emissora transmitia em três horários: 08h às 11h; 13h às 15h; e 18 às 22h. Por falar em Câmara Cascudo, foi o folclorista quem escreveu o Ave Maria na hora do Angelus (18 horas), lido na voz do locutor Genar Wanderley.
Um ano depois da instalação da primeira estação radiofônica do Rio Grande do Norte, o Brasil entrou na Segunda Guerra Mundial e tropas americanas chegaram no RN. Entretanto, a presença dos norte-americanos em Natal trouxe também medo e ansiedade, a sociedade natalense, na expectativa de um ataque militar do “EIXO”, era submetida, pelos soldados americanos, ao “toque de recolher” e ao “blackout”, o apagar das luzes da cidade para dificultar a chegada do “inimigo”.
Enquanto isso a Rádio Educadora de Natal era fiscalizada, podendo ser censurada quando se achava necessário. Além da censura podemos dizer que a Rádio Educadora de Natal recebeu influência norte-americana na sua grade de programação musical, mas também foi uma divulgadora dessa cultura ao passo que disponibilizava para seus ouvintes a música e alguns vocábulos estrangeiros através da locução.
No ano de 1944, ele compra a REN foi comprada pelo grupo Diários Associados, de Assis Chateaubriand, e a transforma em Rádio Poti. A sede passou por várias mudanças, como a construção de um primeiro andar, o aumento do palco onde eram apresentados os programas de auditório e a retirada do vidro que dividia a platéia e o palco, fato que promoveu um melhor tratamento acústico e tornou a comunicação, efetivamente, bidirecional, tendo em vista que o público além de ouvir a própria voz dos emissores, podia interagir facilmente com os locutores.
Mas não pensem que foi só a estrutura física que mudou da passagem da REN para Rádio Poti. Com o título de Rádio Associada, a emissora recebia a presença de muitos cantores nacionalmente conhecidos como: Vicente Celestino, Isaurinha Garcia, Ângela Maria, Gilberto Alves, Carlos Silva, Cauby Peixoto e dentre outros. Foi lá que deu destaques artistas potiguares, como a Glorinha Oliveira. Apesar de ser carioca, o cantor Agnaldo Rayol começou a sua carreira de cantor na Rádio Poti.
Alem da música, havia programas de auditórios, humorísticos, jornalísticos e radionovelas. Dentre os profissionais da locução destacaram-se: Genar Wanderley – “o cacique do ar” porque era o mais antigo na emissora, Luís Cordeiro, Wanildo Nunes, Fonseca Júnior, Lurdes Nascimento, Teixeira Neto, Roberto Ney, José Alcântara Barbosa, Pedro Machado, Marcelo Fernandes, Edimilson Andrade e Paulo Ferreira, Manoel Fernandes de Oliveira e Aluízio Menezes.
Em 2007 passou se chamar Rádio Clube AM Natal, passando de 0,5 kW de potencia para 5 kW, e é uma das emissoras da Rede Clube Brasil de Rádio, opera em 1270 kHz.
Em 2010, com o desmanche da Rede Clube Brasil, a rádio passou a ter programação independente. Porém manteve a marca “Clube” até hoje.
No dia 19 de janeiro de 2015, a emissora teve 57,5% das suas ações vendidas pelos Diários Associados ao Sistema Opinião de Comunicação, pertencente à Cândido Pinheiro, fundador do Grupo Hapvida, que agora passava a responder majoritariamente pela emissora e outros veículos de comunicação do Diários Associados no Nordeste brasileiro. Depois, o grupo Diários Associados vendeu o resto de sua participação em 2019.
Atualmente, tanto a Clube AM como a Clube FM (hoje Agora FM), estão arrendadas ao grupo Agora RN.
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