Quando surgiu a gripe aviária, em meados de 2000, eu fiquei com muito medo de morrer, principalmente ao ler a capa da revista da Istoé escrita em letras garrafais o nome: Pandemia. Sabia o que significava epidemia, mas quando soube na reportagem que pandemia era aquela doença que atingia o mundo todo e a reportagem dizia, em todas as letras, que a gente iria morrer (lê essa palavra com a voz do Tiririca), fiquei com bastante paranoia. Não queria viajar para canto nenhum e muito menos comer frango, algo que gosto bastante. Passa alguns anos e chega a gripe suína, a famosa H1N1 e o sensacionalismo da imprensa continuava o mesmo, alguns ousando em dizer que isso iria ajudar na extinção dos seres humanos.
Mas, dessa vez, eu já tinha em torno dos 15 ou 16 anos, o medo era diminuto, mas a famosa influenza chegou bem mais perto de mim, uma vez que atingiu amigos próximos e uma prima que brincava com minha irmã precisou ficar internada no Hospital Maria Alice Fernandes, especialista em pediatria, porque realmente pegou o vírus. Só fiquei aliviada quando todos tomaram a vacina da doença e ninguém morreu. Nessa época, poucos se lembram, mas todas as salas de aula, principalmente dos colégios particulares de Natal, desligaram os condicionadores de ar e deixavam as janelas abertas. O álcool em gel era colocado nas paredes e os alunos usavam em demasia. Era tudo novidade na época. Se um coleguinha fosse para Disney ou Europa nas férias, ele era colocado em quarentena em um tempo. Se já estivesse de volta em Natal e espirrasse, o medo era geral e o álcool em gel utilizado.
Anos se passaram, a H1N1 foi controlada e uma nova doença surgiu: a Corona Vírus.
O que é o Corona Vírus?
Pouca gente sabe, mas ele é a evolução do vírus da Gripe Aviária, também conhecida como a sigla SARS. Googlando por aí descobri que começou em 1 de dezembro de 2019 na cidade de Wuhan, no centro da China, com um grupo emergente de pessoas com pneumonia de causa desconhecida, ligadas principalmente a vendedores ambulantes que trabalhavam no Mercado de Frutos do Mar de Huanan, que também vendia animais vivos. O político Al Gore, naquele documentário “Uma Verdade Inconveniente”, já dizia que se não ficássemos de olho no aquecimento global haveria novos vírus e doenças bacterianas.
A China é um dos países que mais polui no mundo, tanto que algumas cidades possuem um céu totalmente cinza. Além disso, os chineses são os maiores produtores de carvão, que polui bastante. Prato cheio para reprodução de vírus.
É aquele negócio que já dizia nas aulas de biologia, a poluição que aumenta a temperatura, um local quente que ajuda na reprodução e mutuação de vírus, e, consequentemente, novas doenças.
Uma das consequências da doença ou também que podemos considerar um avanço é que cientistas chineses posteriormente isolaram um novo coronavírus, o SARS-CoV-2, que foi encontrado ser pelo menos 70% semelhante na sequência genética à SARS-CoV, e posteriormente mapeou e disponibilizou sua sequência genética, que recentemente foi decodificada por cientistas brasileiras em apenas apenas 48 horas.
Prevenção no Brasil do Corona Vírus
Mesmo colocando brasileiros que vieram da cidade de origem da doença, o país já tem dois casos confirmados de pessoas portadoras da doença viral, no qual foram confirmadas pelo Governo Federal após o carnaval, deixando a população brasileira em pânico, principalmente pelo fato que a folia de momo é conhecida por festas com um grande aglomerado de pessoas, principalmente em blocos carnavalescos, que acontece em quase todas as cidades brasileiras. Então, rapidamente as pessoas foram comprar álcool em gel, líquido geralmente usado para diminuir a quantidade de agentes patogénicos nas mãos e são geralmente mais eficazes a matar microorganismos e melhor toleradas do que água e sabonete.
Recentemente uma notícia postada no G1 mostra que está faltando álcool em gel, máscaras e termomêtros por conta do medo da doença. Será que em Natal também acontece isso ?
E, aí, está faltando em Natal o álcol em gel ?
Assim como a maior cidade do país, Natal também está com dificuldade de achar o produto nas farmácias e supermercados da cidade. Em alguns lugares você tem a sorte de arranjar aquele pote gigante, mas aquelas versões pequenas e fáceis de colocar na bolsa não existem mais na prateleira. Neste sábado (29), o Brechando, por coincidência, ouviu várias conversas parelalas de natalenses dizendo a mesma coisa:
“Estou procurando álcool em gel e não acho”
“Você tem álcool em gel?”
“Fui na farmácia e não estou achando”
Estava tomando Mate com meus amigos no Centro da Cidade e todos estavam falando da saga do vaqueiro em arranjar o líquido precioso. Inicialmente, fomos as farmácias próximas e todos reclamaram de que o produto estava esgotado e procurando o distribuidor chegar com novos produtos. Então, nós fomos ao Iskisita Atacado que fica na conhecida avenida 10 do Alecrim e não achamos nenhum álcool, nem aqueles sabonetes com proteção bacteriana.
“Está faltando tudo, as pessoas estão realmente desesperadas com o Corona Vírus”, dizia um funcionário e a gente em choque com a ausência desses produtos.
Saí da Iskisita e um tempo depois fui ao Midway Mall, o maior shopping da cidade que tem duas farmácias, a Drogasil e a Drogarias Globo, ambas estavam lotadas de pessoas procurando esses equipamentos. A foto acima do título mostra a fila do caixa da Globo, com gente usando máscara e colocando os últimos produtos para se proteger da gripe, parecendo que está montando um bunker para o futuro fim do mundo. Isso não acontece apenas no Rio Grande do Norte e São Paulo, outros estados brasileiros já demonstraram a falta do produto e inclusive alguns locais estão cobrando um preço mais abusivo por conta do aumento da demanda.
E, agora, cadê o meu álcool em gel?
Deixe um comentário