O selo Jovens Escribas anunciou que doará 170 livros para o acervo da Biblioteca Câmara Cascudo, localizada no bairro de Petrópolis, em Natal. De acordo com Carlos Fialho, escritor e um dos fundadores da editora, o selo quer contribuir com “este importante equipamento público”. Será um exemplar a cada título disponível no estoque. Uma carta foi entregue ao Governo do Estado nesta quarta-feira (9).
Esta não é a primeira ação dos Escribas de estímulo à leitura, uma vez que eles são os criadores do “Ação Leitura”, no qual estimula encontro de escritores e alunos dentro das escolas da capital potiguar, levando tanto artistas locais quanto nacionais, como Fabrício Carpinejar, Márcia Tiburi, Paulo Lins, Márcio Benjamin, Lucílio Barbosa e dentre outros. No ano passado foi realizada um parceria com a Secretaria Estadual de Educação vai interiorizar a Ação Leitura, levando escritores para as cidades de São Gonçalo do Amarante, Ceará Mirim, Assu, Angicos, Currais Novos e Tibau do Sul.
Já a Biblioteca foi fundada em 1963 sob a denominação de Biblioteca Pública do Estado do Rio Grande do Norte, através da Lei nº. 2.885 de 08 de abril de 1963, na gestão de Aluízio Alves e inaugurada pelo Monsenhor Walfredo Gurgel. Somente no ano de 1970 que passa a chamar-se de Biblioteca Câmara Cascudo.
Em 12 de outubro de 1970, o Governador Sr. Cortez Pereira doa a Fundação José Augusto, através do Decreto nº 5.324/70, o prédio da Rua Potengi para a Biblioteca, sua atual sede.
A Biblioteca foi reaberta pelo Governo do Estado em dezembro, um mês antes da posse de Fátima Bezerra. Em entrevista ao Saiba Mais, o novo gestor da Fundação José Augusto (equivalente à Secretaria de Cultura do RN), Cipriano Maia, o Orçamento previsto para a Cultura em 2019 é de aproximadamente R$ 6 milhões. Além disso, o diretor contou que tanto a biblioteca Câmara Cascudo como o teatro de Mossoró foram inaugurados sem condições de funcionamento. Fechada há mais de 10 anos, na gestão do próprio Crispiniano, ainda no governo Wilma de Faria, a biblioteca ainda não foi aberta ao público, uma vez que não existe compra de livros para compor o acervo há 25 anos e dentre outras mudanças.
Os investimentos financiados pelo Banco Mundial por meio do programa Governo Cidadão continuam na mira de Crispiniano Neto. Ele estima que ainda deva ter cerca de R$ 30 milhões em projetos para enquadrar no cronograma do Banco Mundial.
Confira a carta na íntegra a seguir:
À Governadora Fátima Bezerra, ao Presidente da Fundação José Augusto, Crispiniano Neto e à equipe da Biblioteca Pública Câmara Cascudo.
Recentemente, Natal e Rio Grande do Norte foram contemplados com a conclusão e entrega das obras de reforma realizadas na Biblioteca Pública Câmara Cascudo. No entanto, ao anúncio de término dos trabalhos por parte do Governo do Estado, seguiram-se notícias dando ciência de que o acervo existente precisa ser organizado e que novos títulos devem ser adquiridos para serem disponibilizados a estudantes e população em geral.
Por isso, com o intuito de contribuir com este importante equipamento público, cujo retorno é mais do que simbólico ante a vigente onda de obscurantismo que aflige o país, a ESCRIBAS EDITORA anuncia a doação de um exemplar de cada título ora disponível em nosso estoque.
Promover o acesso livre e gratuito ao conhecimento impresso nas páginas dos livros é uma nobre missão a que se dispõe a Biblioteca Pública Câmara Cascudo. Portanto, nossa casa editorial tem por dever de ofício e coerência com os valores por nós cultivados, participar ativamente deste processo através da cessão de nossas obras sem qualquer custo ao poder público.
Na expectativa de que aceitem nossa oferta, desejamos um ótimo trabalho a todos.
Natal (RN), 09 de janeiro de 2019.
Carlos Fialho – Escritor – Diretor da Escribas
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