A Cremação é uma técnica funerária que visa reduzir um corpo a cinzas através da queima do cadáver e é um dos processos mais antigos praticados pelo homem. Alguns povos utilizavam a cremação para rituais fúnebres: os gregos, por exemplo, cremavam seus cadáveres por volta de 1.000 A.C. e os romanos, seguindo a mesma lista de tradição, adotaram a prática por volta do ano 750 A.C. Nessas civilizações, como a cremação era considerada um destino nobre aos mortos, o sepultamento por inumação ou entumulamento era reservado aos criminosos, assassinos e os suicidas.
O método comum no mundo ocidental é a cremação do cadáver em fornos crematórios desenvolvidos para esse fim. No entanto existe religiões que não recomendam a cremação. A Igreja Católica, por exemplo, permite a cremação se não for feita com a intenção materialista, ou seja, colocar as cinzas em uma urna. A cremação pode ser um funeral ou um rito pós-funeral e é uma alternativa que oferece menos riscos ambientais que o sepultamento do corpo em covas.
Independente da religião, existe o crescimento de crematórios no Brasil e em menos de cinco anos foi aberta uma na capital potiguar através do cemitério Morada da Paz, no qual também fornece urnas para guardar as cinzas de seu ente querido.
Pertencente ao um grupo pernambucano, a empresa convidou o ceramista Francisco Brennand, de 90 anos, produziu neste ano urnas funerárias, no qual foram lançadas dois modelos. As peças, de 20x15cm e 25x16cm, são produzidas artesanalmente em cerâmica refratária e queimadas à temperatura de 1.400 °C. Um dos modelos tem formato cúbico, sendo encimado por uma calota. O outro é uma forma esférica apoiada sobre uma base que sugere a cauda de um peixe.
Como se trata de um trabalho artesanal, cada modelo possui um estoque limitado de unidades, conferindo às peças uma característica ainda mais forte de obra de arte.
O ceramista, no qual seu atelier é um dos importantes pontos turísticos de Recife (veja esta matéria do Brechando), é um dos grandes apoiadores da cremação. Veja um trecho da sua entrevista para a Folha de S. Paulo em 2013:
Eu preparei uma urna, porque eu lido com fogo há muitos anos, já lidava com fogo nas caldeiras da usina e vi fogo desde muito cedo nas diferentes formas. Nós estamos habituados a ver fornos modernos, fornos de passagem, de rolo, intermitentes, forno garrafa, toda espécie de forno e de chama, as diferentes temperaturas, acima de 500 graus, acima de 1.000 graus, as temperaturas pra queima de faiança, temperaturas pra queimar porcelanas feldspáticas, temperaturas de altos fornos pra queimar material refratário, então nós lidamos com fogo e eu quero me transformar naquilo que é, vamos dizer, uma cerâmica, então eu vou ser cremado, volto pra essa urna, parte de minhas cinzas ficará nessa urna e o restante será jogado lá na casa do [engenho] São Francisco, onde eu vivi, de onde veio a minha família.
Nesta mesma entrevista, o Brennan comentou sobre o que acha da morte: “Eu tenho uma urna [funerária]. Primeiro, eu fiz meu testamento. Isso não quer dizer que seja destemor da morte, ou uma espécie de desafio. Segundo, as criaturas humanas têm um dispositivo que, apesar de saberem que todos morremos, lá no fundo nós não acreditamos, pensamos que somos imortais.”.
Deixe um comentário