Durante os dias de Cine Fest RN, em Natal, houve uma exposição de diversos objetos antigos no terceiro piso do Midway Mall. Lá havia um aparelho de Gramophone, da marca Victor, e discos produzidos de goma-lasca de Nelson Gonçalves, que está na foto acima do título. Então veio curiosidade para saber a origem deste instrumento legal. E também sabero porquê de se chamar vitrola. Então, fui pesquisar na internet.
Antes de falar da vitrola, precisamos falar do gramofone, que foi uma invenção do alemão Emil Berliner de 1888, que servia para reproduzir som gravado utilizando um disco plano, em contraste com o cilindro do fonógrafo de Thomas Edison. Ela É um disco giratório coberto com cera, goma laca, vinil, cobre, entre outros onde são gravadas por uma agulha, as vibrações de um som emitido e afunilado em uma corneta, interligada a uma lâmina (membrana) que sustenta a agulha. Com a emissão do som o ar movimenta-se vibrando a lâmina que faz a agulha riscar em forma de ondas a superfície do disco que está girando.
É interessante notar que nos primeiros gramofones, o acionamento era puramente manual de forma que quando em movimento, através de uma manivela, o disco deveria girar em 70 rotações por minuto. Esta velocidade foi inicialmente indicada pelos fabricantes por dar maior fidelidade e tempo de execução uma vez que os primeiros discos tinham aproximadamente 2 minutos de duração. Posteriormente a rotação oscilou entre 74 e 82 rpm até que finalmente a velocidade passou para o meio-termo de 78 rpm.
Mas, qual é a diferença? Na verdade nenhuma!
Em 1913, começam a ser feitas as primeiras tentativas para substituição do sistema de acionamento mecânico por um motor elétrico. Entretanto, no princípio esta inovação foi lenta e onerosa devida ainda à insipiência do fornecimento de eletricidade nas cidades como do próprio custo dos motores elétricos. Em 1925, a Victor Talking Machine Company, nos EUA, introduz no mercado o sistema “ortofônico”. Era uma avançada tecnologia em reprodução sonora consistindo na substituição dos antigos diafragmas com membranas de mica, por um material de maior resiliencia, como o Alumínio.
No setor de amplificação os aparelhos apesar de serem ainda de origem acústica usavam agora da chamada corneta dobrada exponencial.
O nome Vitrola é uma referência à Victrola, uma marca registrada do gramofone da Victor Talking Machine Co. Segundo declarado na época pelo fabricante, o nome “tinha um som sugestivo de música”. Mais tarde, no Brasil, a palavra passou a ser empregada como sinônimo. Algo parecido com a lâmina de barbear, no Brasil muita gente conhece o instrumento como gilete.
Depois vieram vários modelos de Victrola, até chegar ao modelo de 1925. Consiste de uma base que acomoda o prato circular, que gira no sentido horário acionado por um motor elétrico, com um pino central onde se deposita ou encaixa o disco (uma espécie de “ferro” no caso de ser um modelo automático); à direita existe um braço pivotante contendo, na extremidade, uma cápsula fonocaptora e agulha para se fazer a leitura dos microssulcos do vinil.
Para se ouvir o disco, desde o início, a agulha é colocada na borda externa do disco. As velocidades de rotação do prato podem ser de 16, 33 e 1/3, 45 ou 78 RPM, dependendo do modelo do toca-discos e do disco que será tocado.
A Victor Talking Machine Co foi uma das primeiras gravadoras dos Estados Unidos, resultando da fusão da Berliner Gramophone com a Consolidated Talking Machine.
A Victor foi uma das empresas líderes do mercado mundial de fonogramas até que a grande depressão em 1929 trouxe problemas ao setor e levou a sua fusão com a Radio Corporation of America, dando origem à RCA Victor.
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