Quem pode andar dentro do campus central do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) na tarde desta terça-feira (20) pode perceber que estava recheada de palavras e riscos de giz de cera. Era difícil olhar para frente, enquanto queria olhar o chão e ler cada palavra. Mas por que isso aconteceu? As atividades fizeram parte do Dia de Poesia dentro da instituição de ensino através do projeto “Lugar de Poesia é na Escola”, feito pela Diretoria Acadêmica de Ciências (DIAC), com apoio do Núcleo de Artes do Campus Natal-Central (NUARTE). Na terça contou com uma oficina de poesia pela aluna da instituição e poeta Regina Azevedo.
Após as aulas, Regina e os participantes do curso fizeram uma intervenção poética “Lugar de Poesia é na calçada”, prevista para ocorrer na calçada vermelha que dá acesso dos pedestres ao Campus Natal-Central, também conhecida como “tapete vermelho”. Lá, os estudantes, funcionários e frequentadores do IFRN puderam escrever os seus sentimentos no chão, podendo ser um poema (de própria autoria ou não), uma frase favorita, um desenho, mensagem de protesto de dentre outras coisas. O importante era soltar a veia criativa.A ideia era tirar as poesias do papel, lugar onde a gente mais ver este gênero literário.
Eu também registrei meu poema na calçada, que pode ser visto a seguir:
A frase é baseada neste poema que fiz:
Queria ser uma sereia
Onde eu cantaria
As musicas na areia
Onde alguém me clareiaQueria nadar
Em algum lugar
Onde não iria alugarTeria cabelos livres
Corpos livres
Iria savoir-vivre
Ainda foi um espaço para protestar sobre a sua indignação, como a morte da vereadora carioca do PSOL, Marielle Franco, que foi brutalmente assassinada, após sair de uma roda de conversa em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, no qual também postamos a nossa indignação aqui.
Esta não é a primeira vez que a Regina Azevedo utilizou a calçada para ser um espaço de divulgação de poesias, uma vez que ela fez uma atividade similar no ano passado na calçada da Fundação Capitania das Artes (Funcarte), no bairro de Cidade Alta.
O mais legal da iniciativa é que estimulou não só os participantes da oficina a realizar o ato, mas também as pessoas que circulavam pela calçada. Era só procurar uma caixa de giz e mostrar a sua arte.
Também registrei outros poemas deixados no IFRN e o resultado pode ser conferido a seguir:
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