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Desnudando nas casas e pelas lentes de André Chacon

O ato de ficar em casa é um dos mais íntimos e ficar nu também. O fotógrafo André Chacon reuniu e transformou no projeto “Casa: o nu artístico na busca do eu”, que será sua primeira exposição fotográfica. Com entrada gratuita, e classificação indicativa de 18 anos, a vernissage da exposição conta com um sarau poético…

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O ato de ficar em casa é um dos mais íntimos e ficar nu também. O fotógrafo André Chacon reuniu e transformou no projeto “Casa: o nu artístico na busca do eu”, que será sua primeira exposição fotográfica. Com entrada gratuita, e classificação indicativa de 18 anos, a vernissage da exposição conta com um sarau poético e um DJ Set realizado pelo músico Henrique Lopes.

A exposição que resulta de dois anos de pesquisa  é o reconhecimento do eu através do corpo despido. São ensaios de nu artístico que acontecem na casa dos próprios modelos e buscam através do diálogo momentos de autoaceitação, autocompaixão e reconhecimento de si mesmo através da fotografia e do diálogo, buscando os signos de expressão que fazem cada corpo único no universo.

“Recentemente comecei a fotografar nu artístico, a partir de uma oficina ministrada pelo Paulo Fuga, lá na Galeria Câmara Clara (onde vai rolar a exposição, conforme falamos no primeiro parágrafo). Depois disso, uni a minha pesquisa através do Achei No Escuro (projeto fotográfico de Chacon, que une fotografia com luz e sombra) ao nu e aproveitei o descobrimento do corpo para criar esse projeto, que é o reconhecimento do corpo enquanto fortaleza”, disse o fotógrafo.

De acordo com Chacon, “Casa” é uma referência a casa da infância, o  primeiro referencial de lar e, depois de algumas imersões, terminou descobrindo que esse lugar estava permeado no inconsciente, e foi a partir dele que começou a se reconhecer também. “O nu me ajudou a reconhecer meu corpo, minha casa, e foi a partir dele que comecei a entender a dinâmica da minha identidade e do meu ego, estabelecendo diálogo e construindo a aceitação de mim mesmo”, relatou.

Quando percebi isso, resolvi expandir e usar a fotografia como canal de expressão para outras pessoas, e foi aí que “Casa” surgiu, com diálogo e a busca por se encontrar e encontrar o próprio equilíbrio, vibrando amor e luz para si mesmo para poder vibrar para o universo, entendendo que o tudo é uma coisa só e a nossa paz é a paz do mundo inteiro”, continua.

O artista busca através da imagem construir narrativas que representem o subjetivo de cada modelo registrado, evidenciando a singularidade de cada pessoa e trazendo à tona a importância do equilíbrio e da aceitação de si mesmo. “Casa: o nu artístico na busca do eu” é sobre os sentimentos que percorrem nossos corpos, sobre o ego e sobre a identificação de si mesmo enquanto fortaleza.

André ainda acha que o nu ainda é um tabu por não sermos ensinados a conhecer o próprio corpo. “Até as aulas de ciências na escola parecem mais ficção científica do que algo biológico, é esperado que as pessoas não se relacionem de uma forma saudável com essas questões. Para todo lado que a gente olha só tem padrão, formas e cores impossíveis de alcançar, gente obcecada com dieta e em fazer modificações no próprio corpo, e acredito que isso se deve a essas avalanches de informações que recebemos da mídia, da política, da educação, todas elas voltadas para a gente ficar cada vez mais longe e mais desligados dos nossos corpos”, contou.

Esse é o primeiro projeto solo de André, que também faz parte do coletivo residente na Galeria Câmara Clara junto com o fotógrafo Paulo Fuga, que me acompanha em algumas aventuras fotográficas.

“Recentemente lançamos o projeto “Entardecer”, que une música à fotografia, e dentro dele produzimos para cada edição uma intervenção fotográfica baseada em trocas que temos com os músicos, e aí no dia do evento temos música + uma obra produzida exclusivamente para aquele artista que está envolvido no projeto. Já produzimos “à unha” com o duo Pedro Fasanaro e Maria Fontes e “mulher terra” com Dani Cruz. Agora no dia 21/01 temos uma nova edição com a multiartista Joana Knnobe, que produziu junto com a gente o ensaio “M.arte”, que é uma provocação sobre os espaços urbanos, sobre a individualidade e sobre os contextos de vida”, finalizou.

Sobre a Galeria Câmara Clara

A Galeria Câmara Clara foi idealizada pelo produtor cultural Flávio Rodriguez e o fotógrafo Paulo Fuga, e surge como um equipamento de arte, cultura e alimentação consciente, atuando como laboratório de vivências, cujos objetivos são a acessibilidade, difusão, fruição, inclusão, responsabilidade socioambiental, valorização das práticas sustentáveis e a educação.

Dar vida à Galeria Câmara Clara vem com o propósito de criar um espaço acolhedor, onde os artistas e público possam desenvolver uma relação com o lugar e as atividades realizadas. Além de ser um espaço que facilita o acesso do artista com suas propostas criativas, fugindo dos processos burocráticos presentes nos editais de ocupação de salas expositoras.”, complementa Rodriguez.

Serviço: Exposição “Casa: o nu artístico na busca do eu” na Galeria Câmara Clara

18 de janeiro, 19h | entrada gratuita | classificação indicativa 16 anos
Galeria Câmara Clara (Rua Missionário Joel Carlson, 1955, Capim Macio)

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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