Estava em um show de rock na cidade e fiquei com fome entre um intervalo de uma banda para outra. Praticamente fui forçada a encarar a longa fila de comprar comida, pois os ambulantes estavam fora e quem saísse do local da apresentação, por qualquer motivo que fosse, não podia mais retornar.
Na parte de dentro, a organização dividiu a parte da alimentação em cinco tendas, no qual a última era quase próximo aos fedidos banheiros químicos.
Alguns ambulantes, mais ousados, chegavam a se pendurar no muro que lhes isolavam da parte interna, jogando latas de cervejas e refrigerantes para os outros pegarem. Uma lata de coca de 350 mililitros, por exemplo, custava três reais no lado de fora e cinco reais nos vendedores credenciados.
O ingresso custava 15 reais, sem meia-entrada, pois eles optaram em não vender. Portanto, a coca custava 1/3 do valor do ingresso. Será que vale a pena matar a sede gastando isso? Estava com calor, o palco é pequeno, cheio de gente e era pouco ventilado.
Mas, o pior ainda estava por vir.
O show começava 18 horas e não tinha jantado antes. Lógico que a fome bateria em algum momento. Meu estômago roncou e o da minha amiga também. Nós olhamos uma para cara da outra e dissemos: “Está na hora de comer. Mas vamos fazer o quê?”.
Olhamos aquelas cinco barracas faladas no início do texto. Decidimos escolher a penúltima por três motivos:
1) Era distante do banheiro químico;
2) Tinha menos fila; e
3) A gente olhou esta lousa com um monte de comida com nome diferente. Conforme esta foto a seguir:
– Mulher, eu estou achando muito estranho estes pratos. Olha só isso!- eu disse.
-Acho que vou escolher esse “choripán”, porque tem um nome diferente e tenho que experimentar algo muito bom para valer seis reais – comentou a minha amiga.
-Vou comer essa coxinha, tem que ser incrível para custar este preço- falei.
As duas resolveram entrar na fila e cada uma esperou a sua vez. Primeiro foi a minha amiga, que pediu o chóripan e tirou algumas dúvidas com a vendedora.
– A gente coloca uma linguiça incrível sobre o pão francês e você vai gostar para caramba.
Minha amiga logo comprou e ficou feliz por experimentar algo novo. Enquanto eu estava apreensiva com a coxinha. “Está no inferno, abraça o capeta. Estou com muita fome e posso desmaiar, caso não coma agora”, pensei.
O prato desta minha amiga chegou e ela logo ficou decepcionada.
– Nós fomos atingidas pelo raio gourmetizador, Lara!
Depois, chega a minha coxinha e quando dou a primeira mordida logo fiquei triste, pois o frango estava insosso e muitos salgadinhos vendidos nas paradas de ônibus eram melhores.
– Verdade, amiga!
Nós duas continuamos a comer os nossos respectivos “lanches gourmet”. O choripán era pão francês, salsicha defumada e azeite normal. Uma imitação do tradicional prato argentino.
O que é raio gourmetizador? É uma piada da internet para satirizar a sofisticação das comidas. É uma tiração de onda da palavra francesa “gourmet”, cujo termo está relacionado com a cozinha sofisticada.
Saímos decepcionadas, pois todo mundo pode enganar os outros para atrair mais lucros e vendas. Isto pode acontecer tanto com comida de rua quanto no restaurante. Era bom que os estabelecimentos fossem mais reais, pois isto ganharia fãs fiéis e leais.
O sanduíche que esta amiga minha comeu não custaria menos que R$2,50 se ela tivesse feito em casa. Então, esta foi a nossa história de quando fomos atingidas pelo raio gourmetizador e foi um alerta para não cair em pegadinhas.
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