Há exatos 30 dias, 12 de setembro, era celebrado o nascimento de Auta de Souza, que foi uma poeta brasileira e natural do Rio Grande do Norte. Os seus poemas ficaram mais conhecidos após a sua morte prematura, aos 24 anos. Sua vida foi bastante trágica, mas conta a história de uma pessoa que deixou um legado, apesar de todos os problemas. Nasceu em Macaíba no dia 12 de setembro de 1876, na cidade de Macaíba.
Na infância ficou órfã, os pais foram vítimas da tuberculose mesma doença que lhe matou. Seus irmãos também são conhecidos na história potiguar, os políticos Elói de Sousa e Henrique Castriciano.
Durante a infância, foi criada por sua avó materna, Silvina Maria da Conceição de Paula Rodrigues, em uma chácara no Recife, onde foi alfabetizada por professores particulares. Depois, ela foi estudar em um colégio de freiras e aprendeu francês e inglês, além de ter o acesso à literatura. Foi lá que leu as obras de Victor Hugo.
Apesar de uma infância e adolescência rica culturalmente, a Auta foi cheia de dramas. Quando tinha 12 anos, ela viu o irmão, Irineu de Sousa, morrer queimado após a explosão de um candeeiro.
A doença causada pelo bacilo de koch, a mesma que matou seus pais, chegou em sua vida aos 14 anos. Teve que interromper seus estudos no colégio religioso, mas deu prosseguimento à sua formação intelectual como autodidata. Foi neste período que foi professora de catecismo em Macaíba e escreveu versos religiosos.
Começou a escrever aos 16 anos, apesar da doença. Frequentava o Club do Biscoito, associação de amigos que promovia reuniões dançantes onde os convidados recitavam poemas de vários autores, como Casimiro de Abreu, Gonçalves Dias, Castro Alves, Junqueira Freire e os potiguares Lourival Açucena, Areias Bajão e Segundo Wanderley.
Aos 18 anos trabalhou na revista Oásis, e em seguida escreveu para jornais de grande circulação do Nordeste. Entre 1899 e 1900, assinou seus poemas com os pseudônimos de Ida Salúcio e Hilário das Neves, já que mulher escrevendo era ainda considerado um tabu.
Por volta de 1895, Auta conheceu João Leopoldo da Silva Loureiro, promotor público de sua cidade natal, com quem namorou durante um ano e de quem foi obrigada a se separar pelos irmãos, que preocupavam-se com seu estado de saúde. Pouco depois da separação, ele também morreria vítima da tuberculose. Foi neste período que seu primeiro livro de manuscritos, “Dhálias”, foi concluído. Porém, este foi renomeado para o “Horto”.
Ela veio a falecer em 7 de fevereiro de 1901. Foi sepultada no cemitério do Alecrim, em Natal. Em 1936, a Academia Norte-Riograndense de Letras dedicou-lhe a poltrona XX, como reconhecimento à sua obra.