Brechando/Cidades / A Samaritana, prédio que fica na Ribeira

A Samaritana, prédio que fica na Ribeira

A imagem de Fábio Pinheiro traz um bonito edifício que está abandonado. O casarão número 232 localizado na Rua Doutor Barata, na Ribeira, é bastante fotografado e cheio de dúvidas. O pavimento, apesar de seu precário estado de conservação, mostra traços de que ajudou a construir uma grande história da Ribeira.  A fachada tem risco…

Compartilhe:

A imagem de Fábio Pinheiro traz um bonito edifício que está abandonado. O casarão número 232 localizado na Rua Doutor Barata, na Ribeira, é bastante fotografado e cheio de dúvidas. O pavimento, apesar de seu precário estado de conservação, mostra traços de que ajudou a construir uma grande história da Ribeira.  A fachada tem risco de cair a qualquer momento.

A fachada ainda resguarda grande parte de sua feição original, embora pareça existirem dois prédios, um sobre o outro, visto que o pavimento térreo apresenta-se bastante diferente do superior. Uma das portas do térreo foi fechada com alvenaria de tijolos e as outras estão pichadas.

O edifício de dois pavimentos foi erguido no ano de 1916, construído e projetado pelo proprietário, de origem pernambucana, o senhor Serquiz Elia.

Fachada do A Samaritana tomado pelas árvores (Kahlan A.S/Pinterest)
Fachada do A Samaritana tomado pelas árvores (Kahlan A.S/Pinterest)

De acordo com a dissertação de mestrado de Ciências Sociais de Gilmar Siqueira da Costa, o estilo arquitetônico é eclético. A parte central da platibanda são ligeiramente curvilíneas e elevadas, possuindo adornos parecidos com pináculos de antigas igrejas. No andar superior há duas janelas nas extremidades, na fachada, e três janelas rasgadas, com as bandeirolas compondo um arco estilizado, desaguando num balcão ornamentado por balaústres. O balcão imprime ainda mais uma nobreza ao conjunto harmônico da obra.

No pavimento térreo, as bandeiras das portas são separadas destas e fechadas com um gradil aparelhado. Na fachada posterior, existe também uma varanda que se desenrola em toda extensão do prédio.

“A Samaritana”, escrito em alto relevo na entrada do prédio, era o nome de uma loja de tecidos que funcionou até a Segunda Guerra Mundial. Depois, o local se transformou em Lojas Paulistas. Com o declínio do comércio na Ribeira e a expansão dos bairros de Petrópolis e Tirol, o local virou um pensionato para pessoas simples. 

Atualmente, o prédio só existe a fachada. As paredes internas não existem mais e reza a lenda que a destruição de boa parte do prédio foi resultado de um incêndio criminoso por conta de uma briga entre o proprietário do prédio e um inquilino.

Em 1981, o edifício, após permanecer fechado por vários anos, devido a um incêndio, foi alugado ao senhor Arruda Sales (conhecido pela personagem Danuza D’Sales), passando por uma intervenção para adaptá-lo a um espaço denominado de “Café Frenezi” local, dotado de palco e camarim, onde seriam realizados shows e apresentações.

Nesta reforma, segundo Gilmar Siqueira, algumas medidas foram tomadas, tais como: substituição das portas de rolo por outras de madeira, a mudança do reboco das paredes internas do térreo, colocação de tinta nos assoalhos do piso e a reposição das telhas do tipo capa canal, longas e artesanais (originais), substituídas por telhas de material de demolição.  O empreendimento, porém, não durou muito tempo. Fechou em 1983.

Comentários

Uma resposta para “A Samaritana, prédio que fica na Ribeira”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

Clique aqui para saber mais.

Arquivos

Chuva de palavras

Alecrim Arte banda Brechando Brechando Vlog Campus Party carnaval Cidade Cidade Alta Cidades cinema Covid-19 Cultura curiosidades Dosol entrevista Evento eventos Exposição feminismo Festival filme filmes Historia lgbt livro Mada mossoró Mudanças Mulher Música Natal pesquisa Peça potiguar projeto Quarentena Ribeira Rio Grande do Norte RN Rolé Show Teatro UFRN ônibus