Pesquisando na internet a palavra Juno significa “juventude”, “rainha dos deuses” ou “aquela que nasceu em junho”. Juno é um nome de origem mitológica, que se originou a partir do latim Iuno ou iuvenes, que pode ser traduzido como “juventude”. Em comparação com a mitologia grega, Juno era equivalente à deusa Hera. Para quem não sabe, esta deusa era a mulher de Zeus. Também madrasta de Hércules, no qual ela tentou lhe matar de diversas formas. Além disso, botava as amantes do principal deus grego para correr. Assim como a sua xará da Grécia, o artista Juno quer assombrar aqueles que te perturbam, sendo que de uma forma diferente, através da música.
Junto ou “Apenas Juno” é um alter ego do publicitário e multiartista potiguar Jonathan Souto. Torna-se parte dominante, destruindo os limites entre personagem e vida real. Recentemente, no entanto, lançou primeiro single no início de outubro.
Agora vamos falar do single do Juno
A música intitula-se “Mais aceso que o diabo”, no qual o artista se inspirou no texto “O Círculo de Giz Caucasiano” do autor alemão Bertolt Brecht. A canção trata principalmente do desejo puramente carnal entre duas pessoas e o amor vivido à distância, temática mais do que presente na atualidade.
Para quem não sabe, Bretch revolucionou a teoria e a prática da dramaturgia e da encenação, mudou completamente a função e o sentido social do teatro, usando-o como arma de consciencialização e politização. Como resultado, ele utilizou pautas progressistas nos palcos, colocando a Alemanha Nazista de cabelo em pé.
Além do texto de Brecht, o artista inspirou-se também no expressionismo alemão, passando por trabalhos cinematográficos como Nosferatu e Gabinete do Doutor Caligari. Como resultado, transforma-se na bagagem que serve como referencial estético para todo o teor poético e visual do single.
Nosferatu é um clássico do terror alemão, no qual o corretor de imóveis Hutter precisa vender um castelo cujo proprietário é o excêntrico conde Graf Orlock. O conde, na verdade, é um vampiro milenar que espalha o terror na região de Bremen, na Alemanha e se interessa por Ellen, a mulher de Hutter. Ou seja, utilizando elementos do trash, terror e tudo que é considerado profano, o Juno está curtindo.
Mas, será que o clipe realmente está ligado? Pelas fotos de Ian Rassari mostra que sim, mas a música na íntegra você ver aqui.
Questão LGBT de Juno
Ao mesmo tempo que a letra cria um paralelo entre o ato sexual como um rito que beira uma espécie de possessão, tudo é descrito com a delicadeza necessária e detalhes tão interessantes quanto instigantes. Ao longo dos 3 minutos a canção cria paralelos entre o espiritual e o carnal, brincando com desejo e sensualidade de forma tão natural a ponto de imergir em um universo livre de tabus, julgamentos ou preconceitos, pautas que costuram episódios de toda uma vida quando se é um artista parte da comunidade LGBTQIA+.
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