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Violeta Porra: a Phoebe Buffay da praia dos Artistas

Violeta Porra

Nos anos 80, uma estrangeira adorava andar na orla da Praia dos Artistas e também no centro de Natal. O seu nome era Marina, mas ninguém a conhecia por esse nome. Para os natalenses, no entanto, era a Violeta Porra, no qual era conhecida pela sua loucura (falava coisas confusas, mas engraçadas), seu português quase…

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Nos anos 80, uma estrangeira adorava andar na orla da Praia dos Artistas e também no centro de Natal. O seu nome era Marina, mas ninguém a conhecia por esse nome. Para os natalenses, no entanto, era a Violeta Porra, no qual era conhecida pela sua loucura (falava coisas confusas, mas engraçadas), seu português quase impronunciável, por conta do forte sotaque, e, por conseguinte, o seu estilo irreverente.

Pelas histórias que pesquisei, ela é uma espécie de Phoebe Buffay. A personagem da série Friends tentava ser uma artista peculiar, no qual tocava o violão muito mal e o seu canto também não era das melhores. Entretanto, as letras de suas canções eram engraçadas, fazendo com que muitos gostavam dela. Ainda mais, até hoje, é um dos personagens favoritos do seriado.

Sua história ainda é um mistério

A Violeta Porra não tem uma biografia exata. O que pouco sabemos dela são dos jornalistas e artistas que frequentavam a orla da zona Leste de Natal. Nos anos 80, o point dos alternativos e jovens de Natal não era a praia de Ponta Negra, mas a Praia do Meio e dos Artistas. Na época, no entanto, tinha diversos bares que chacoalharam a cena cultural, como Caravelas e Chernobyl.

Foi, neste momento, que a Violeta Porra surgiu na cena potiguar. Mas, a sua primeira parada no RN não foi em Natal.

Ela morou primeiramente em Mossoró

A única coisa que sabemos que ela é da América do Sul. Alguns falam que nasceu no Chile, outros apontaram de que era do Paraguai e ainda tem a dúvida se era de Uruguai. Entretanto, ela veio ao Brasil perambulando pelo mundo de uma forma bem hippie. A sua primeira parada foi nas terras mossoroenses, onde ela cantava, dedilhava o violão e começava a sua carreira de artista. Alguns comentaram que chegou a se prostituir para garantir algum sustento.

Sua carreira na música

A artista ganhou a fama mesmo quando veio à Natal, um pouco mais velha. O seu desgaste, por conta dos acontecimentos da vida, eram rapidamente encobertos por sua extravagância. Na sua vestimenta usava uma maquiagem carregada, tranças no cabelo, saias longas e não podemos esquecer óculos e chapéu gigantes. Alguns diziam que ela tocava ruim e cantava ainda pior.

Show com Gato Lúdico no Teatro Alberto Maranhão

O Gato Lúdico é uma banda que já falamos no Brechando. Além disso, colocou Violeta Porra no palco do Teatro Alberto Maranhão para uma participação especial. O teatro veio abaixo. Naquela noite viu-se que Violeta Porra, com a sua porra-louquice e suas canções, havia se tornado uma estrela querida de todos. Podemos dizer que foi o maior show de sua vida.

Origem do nome Violeta Porra

O seu nome é uma tiração de onda com a cantora chilena Violeta Parra, que é uma musa importantíssima na cultura do Chile. Veio de uma família humilde e com muitos irmãos. Aprendeu a tocar violão ainda criança e na sua juventude começou a tocar em bares e circos nas pequenas cidades do Chile.

Em 1949, gravou, em parceria com sua irmã Hilda, seu primeiro disco. No ano de 1952 começou a pesquisar as raízes folclóricas chilenas e compôs os primeiros temas musicais que a fariam famosa.

Foi uma das importantes pesquisadoras de ritmos, danças e canções populares chilenas, chegando a catalogar cerca de 3 mil canções tradicionais, importante logro para resgate e valorização cultural chilena. Além disso, as suas canções viraram um hino revolucionário contra o governo de Augusto Pinochet.

Faleceu aos 49 anos, no entanto, em 1967, após o suicídio. Até o momento, portanto, ela é lembrada pelos chilenos e é uma influencia os mais diversos artistas.

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Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

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