Numa era que revemos a Bibi Perigosa, uma das bandidas (na verdade, ela não é mais) famosas no mundo fictício e real, poucos se lembram da Lili Carabina, que assaltava bancos nos anos 70 e 80 pelos seus roubos espetaculares e dignos de produção de filme. Recentemente, no entanto, uma banda potiguar fez homenagem à bandida que deixou esta vida terrena nos anos 2000.
Aqui, apresentaremos a história de Lili e como ainda influencia nos meios culturais.
Quem foi Lili Carabina
Lili é uma personagem do autor de novelas Aguinaldo Silva. A sua inspiração veio a partir da história de Djanira Ramos Suzano, natural do Rio de Janeiro. Sua carreira no crime começou após uma vingança, visto que se casou por imposição dos pais, mas apaixonou-se por um traficante e fugiu com ele. Além disso, este amor bandido fez com que ela tivesse os primeiros dois filhos. Entrou no crime aos 20 anos, quando seu companheiro foi vítima de homicídio e ela, em vingança, matou os dois responsáveis. Em 1975, passou a ser assaltante de bancos.
Seus assaltos poderiam ser um mote para um quadrinho da DC Comics, pois ela cometia um crime fantasiada, parecendo uma super-heroína. Por sinal, sua história se transformou em filme, com Betty Faria como protagonista (foto acima do título). Depois, Viviane Araújo interpretou Lili Carabina numa peça de teatro.
Lili, particularmente, usava uma peruca loira, maquiagem pesada, óculos escuros e roupas justas para seduzir os guardas de segurança das agências enquanto seus comparsas entravam para executar o roubo. Ganhou o apelido de seus próprios cúmplices, apesar de utilizar sempre pistola 9mm, e não carabina, durante os assaltos.
Presa no final dos anos 80, entretanto, chegou a fugir seis vezes da cadeia. Em 1988, ainda foragida, foi baleada na cabeça ao tentar furar uma blitz (portando armas e drogas) e passou 33 dias em coma.
Djanira fez uma entrevista para Folha de S. Paulo no final dos anos 90
Uma das balas ficou alojada em sua cabeça e não foi retirada, e parte do lado esquerdo de seu corpo ficou paralisada, obrigando-a a usar muletas. Ao se recuperar, Djanira voltou para a Penitenciária Feminina Talavera Bruce, no Rio de Janeiro, onde tornou-se evangélica.
Deveria cumprir pena até o ano 2019, mas foi beneficiada pelo indulto de natal de 1999, pelo presidente Fernando Henrique Cardoso por ter diabete aguda. Faleceu em liberdade, de infarto, no ano 2000.
Escute a música a seguir
Como uma forma de homenagear a Lili Carabina, a banda potiguar Derrame Verbal fez uma música em sua homenagem e o trabalho resultou em seu mais novo EP, “Bang Bang”. Além disso, a primeira faixa conta a história da assaltante fantasiada. Para ouvir, dê o play, portanto, a seguir:
Já falamos sobre a banda
O Brechando, por sua vez, já falou sobre o Derrame Verbal, que é uma banda de horror punk com uma boa pitada de humor. As músicas da banda falam do horror real que pode ser o cotidiano urbano brasileiro, como também nos inspiramos nas histórias reais e macabras contadas por Donna Cícera, mãe do vocalista Arandi Sales.
No ano passado, eles lançaram o EP Horror da Vida real. Cada faixa, no entanto, conta uma história de terror engraçada diferente, como um casal caninbal, a morte do Big Big (sim, o chiclete) e dentre outras composições consideradas nonsenses, mas isso não quer dizer que é um trabalho ruim e sem contar que traz Natal como ambientação. Se você gosta de um bom de punk, esse disco é ideal para ti.
Para saber mais sobre o EP, clique aqui.
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