Era uma tarde de ano novo de 2018 quando tinha apenas uma missão: pegar a encomenda do jantar, pois alguns amigos dos meus pais iriam para casa para comemorar a virada do ano, uma vez que nenhum deles tinham dinheiro de pagar aquele pacote caríssimo, com direito ao bom champagne e boa refeição ou por uma mesa valendo 300 reais por pessoa. Então, minha mãe, sabendo que eu dirigia e que teria uma fila enorme no restaurante solicitado, pediu encarecidamente para minha irmã e eu:
“Meninas, eu acabei de pedir pelo telefone o jantar de ano novo. O restaurante vai fechar às 15 horas, então quero que vocês estejam lá às 14h30. Vocês devem receber o pedido nos fundos do restaurante”.
O relógio bateu 14 horas, tinha saído da piscina, tomar banho para colocar uma roupa apresentável e chamei minha irmã, acompanhada de uma amiga minha para uma aventura no bairro de Ponta Negra, local onde ficava o restaurante, o mais badalado da cidade, que todos os domingos, na hora do almoço, é uma fila giganteca, porque a comida é conhecida por ser muito gostosa. Desde a entrada até a sobremesa.
Então, eu tive a brilhante ideia de entrar logo na rua que fica a parte de trás do restaurante, enquanto o power trio de garotas que estavam no carro planejavam o que fazer.
“Meninas, eu deixo vocês e faço a volta para estacionar o carro. Beleza?”.
Achei estranho que o restaurante não estava movimentado, mas tudo bem, deixei as meninas e fui fazer o retorno para estacionar em frente ao restaurante. Então, eu vejo a minha irmã e amiga dizendo:
“Ei, a encomenda está logo na frente, voltamos já”.
Uns 10 minutos após a frase, elas voltam com uma cara vermelha e prontamente a amiga disse: “A gente está no restaurante errado, mulher, corre. Lara, você me fez pagar um micão, pois todos os funcionários ficaram nos olhando como estranha. E o pior, eles não fazem pedido por telefone”.
O restaurante correto só era mais 100 metros na frente, eram 15 horas em ponto e estava uma fila enorme, tanto que os seguranças estavam fornecendo guarda-chuva para os clientes para não morrer tostado no sol. Então, eu paro o carro, olho para as meninas e prontamente eu digo: “Eu vou na Praça do Gringo’s e fico esperando vocês lá, beleza ? Boa sorte, porque vocês vão precisar”. Enquanto eu estava caçando Pokémons na praça (sim, ainda eu jogo, principalmente quando estou entediada). Elas estavam na fila quilométrica e quase estava chegando na praia, já pensava que iria ver os fogos de meia-noite por aí mesmo.
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Joguei, mandei mensagem desejando feliz ano novo para galera e pensando no meu look da noite. O relégio batia 16h20 (pensnado besteira, né ?) quando minha irmã disse que ainda estava no restaurante e lá estavam oferecendo água de grátis (invejaaaa). Minha mãe também ligou, pensnado que nós três fomos abduzidas. Mais meia-hora, ela me liga dizendo para buscar. Então, eu só ouvi a porta de trás abrindo e as pessoas entrando, então meti carreira no caminho da casa. Então, eu começo a tagarelar.
“E aí? Deu certo a fila ? Ficaram cansadas? Mainha ligou para vocês ? Está quentinho ainda ? Ô, Carol, você quer que eu banque a motorista mesmo!”
Então, a amiga da Carol (nome da minha irmã): “Lara, você a deixou em frente ao restaurante de propósito?”
“Mentira, ela não entrou não ? Ai meu Deus! Cadê ela ? Precisamos voltar! Eu juro que foi sem querer”
“Como assim, você esqueceu ? Sério ? (risos)! Vá buscar!”
Já estava quase na avenida Engenheiro Roberto Freire quando constatamos o esquecimento de uma jovem e tive que fazer o retorno, procurando o mesmo caminho, enquanto tinha vários pensamentos:
“Ela vai me matar! Meu ano novo vai ser um pesadelo! Estou pagando os meus pecados”
Mas, ao voltar o lugar de origem, as três começaram a rir deste feito e o nosso ano novo entrou para história antes da meia-noite.
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