Brechando/Música / Um padre foi quem produziu o primeiro disco de grupo de rock potiguar

Um padre foi quem produziu o primeiro disco de grupo de rock potiguar

O que uma banda de rock é um padre têm em comum? Pensando assim, o rock e religião não são duas coisas que cabem no mesmo espaço, assim como dois corpos dentro de uma matéria. Porém, essa união culminou na produção do primeiro disco de banda de rock no Rio Grande do Norte. O grupo…

Compartilhe:

O que uma banda de rock é um padre têm em comum? Pensando assim, o rock e religião não são duas coisas que cabem no mesmo espaço, assim como dois corpos dentro de uma matéria. Porém, essa união culminou na produção do primeiro disco de banda de rock no Rio Grande do Norte. O grupo era o Sempre Alerta (na época que as bandas eram chamadas de conjunto) e o Padre João Penha Filho (que por sinal casou os meus pais há 26 anos) produziu o álbum.

Grupo na igreja em Macau (Foto: Blogs de Macau)

A banda era natural de Macau e tinha influência da Jovem Guarda e do surf music, muito cultuado por grupos americanos, como o Beach Boys. Um diferencial deste álbum, diferente do primeiro disco solo de Leno, foi a produção totalmente independente. Como eram da igreja, eles tinham aquele visual comportado, tipo na época dos Beatles quando eram os reis do Iê iê iê.

Uma das faixas do álbum pode ser escutada a seguir:

A gravação aconteceu no ano de 1968, em Recife, através da gravadora Rozenblit.

Capa do disco

O padre Penha acompanhava os meninos desde o tempo que eles eram escoteiros da Igreja Católica na cidade que fica no Norte do estado. Além disso, eles começaram a tocar durante as missas do religioso, deixando o ritual mais dinâmico, numa época que o latim e celebrante virados para plateia tinha acabado de ser uma obrigação. Assim este grupo quebrou aquele estereótipo que a capital era mais pioneira que no interior. Seus componentes foram: Francilúzio (guitarrista), Tonico (guitarra base), Simão (bateria). Jose Tavares (“vocais”) e Chagas (sax). O grupo já era famoso em Macau. Por isso a contra-capa diz que o disco foi “uma exigência” do povo da cidade.

O produtor musical Alexandre Alves, dentro do livro “100 discos de rock potiguares”, escrito por vários especialistas em música potiguar, destaca a bateria minimalista e o entrosamento entre os guitarristas. Este foi o único registro da banda e facilmente vendido por quatro mil reais no Mercado Livre. Na época, o disco foi tocado em varias emissoras de radio do Rio Grande do Norte e de outros Estados da região Nordeste. E

Em 1993, Simão e Chagas promoveram o encontro do grupo, mas sem poder contar com Chiquinho, morto num acidente de automóvel em 1972. Seu substituto, no show, foi Raimundo Silvestre. No segundo reencontro, quem estava nos teclado era Marquinhos, filho de Francilúzio.

O Padre Penha depois virou monsenhor e foi terminou sua vida como sarcedote como capelão da igreja do Colégio Nossa Nenhora das Neves. Aos 84 anos foi encontrado morto em sua residência no Alecrim, após sofrer uma parada cardíaca.

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Desenho do ilustrador Um Samurai

Lara Paiva é jornalista e publicitária formada pela UFRN, com especialização em documentário (UFRN) e gestão de mídias sociais e marketing digital (Estácio/Fatern). Criou o Brechando com o objetivo de matar as suas curiosidade e de outras pessoas acerca do cotidiano em que vive. Atualmente, faz mestrado em Estudos da Mídia, pela UFRN e teve experiência em jornalismo online, assessoria de imprensa e agência de publicidade, no setor de gerenciamento de mídias sociais.

Clique aqui para saber mais.

Arquivos

Chuva de palavras

Alecrim Arte banda Brechando Brechando Vlog Campus Party carnaval Cidade Cidade Alta Cidades cinema Covid-19 Cultura curiosidades Dosol entrevista Evento eventos Exposição feminismo Festival filme filmes Historia lgbt livro Mada mossoró Mudanças Mulher Música Natal pesquisa Peça potiguar projeto Quarentena Ribeira Rio Grande do Norte RN Rolé Show Teatro UFRN ônibus