Hoje este casarão com o estilo arquitetônico neoclássico é a clínica Doutor Carlos Passos, mantida pela Prefeitura do Natal e fazem diversos tipos de atendimentos básicos para população natalense. Mas, antes, funcionara a sede da Escola Doméstica de Natal, centenário colégio que existe até hoje em Natal e fundado no dia 1 de setembro de 1914 pelo poeta Henrique Castriciano, irmão da também poeta Auta de Souza, que já falamos do blog.
Castriciano se inspirou em fazer o colégio após uma viagem na Suíça, onde conheceu uma instituição de ensino para meninas, mas que não tinha ligação com a igreja.
Na época, a atividade doméstica da mulher deveria ser ressaltada. Lá havia o conhecimento baseado nos afazeres corriqueiros de uma dona de casa. Dessa forma, a mulher aprenderia a fazer o gerenciamento prudente do lar e o balanço mensal de seus gastos. Além da atividade doméstica da mulher, de desempenho no lar, a preparação para o Magistério e o ingresso em escolas de Ensino Superior.
Ou seja, ensinava ser dona de casa, mas também estimulava as mulheres a ingressarem em outras carreiras.
Inicialmente, as aulas funcionavam neste prédio da foto. Nos anos 70, ele funcionava uma unidade de saúde do Inamps. Por muito tempo, o prédio pertenceu ao Estado e apenas em 2005 foi entregue ao Município, onde surgiu a clínica Carlos Passos.
A entrada está interditada pelo Corpo de Bombeiros, devido à invasão de cupins da antiga Faculdade de Direito de Natal, que fica do lado do prédio, tombado pelo Instituto Histórico Geográfico. Nunca houve uma reforma. Ou seja, o posto de saúde funciona numa casa atrás do casarão que fica no mesmo terreno.
No início deste ano, a Promotoria do Meio Ambiente, órgão do Ministério Público, abriu um inquérito para saber o estado de conservação de alguns prédios do Centro Histórico, incluindo a antiga sede do colégio.
Hoje, a Doméstica fica num terreno na Avenida Hermes da Fonseca doado pelo Governo do Estado no ano de 1952, no antigo Batalhão da Cavalaria, e ainda representa uma escola feminina e privada, que recebe alunas de classe média alta da capital potiguar, do interior e de outros estados.
O modelo permanece até hoje. Assim, atualmente, a escola funciona com jovens desde um ano de idade até o ensino médio. Até a Educação Infantil, as turmas permanecem mistas, no Colégio Henrique Castriciano. Após a primeira série do Fundamental, os pais podem optar pela matricula na escola só para meninas. Até a quarta série, o currículo é o mesmo da escola mista.
A partir da quinta série, até o final do Ensino Médio, entra em cena modelo destinado à formação doméstica das alunas, que acontece esporadicamente somente como uma forma de manter a tradição.
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