A Virada Cultural nasceu para ser uma super-hiper-grande versão do Circuito Ribeira, que acontece uma vez por mês no bairro de mesmo nome.
O Circuito surgiu em 2011, através de uma parceria entre o Centro Cultural Dosol e a Casa da Ribeira. A ideia era ajudar a revitalizar o bairro da Ribeira com diversos eventos culturais, música, teatro e dança de graça. Além disso, os organizadores propõem que as pessoas conheçam diversas casas culturais existentes no bairro, principalmente as existentes nas ruas Chile e Frei Miguelinho.
Em 2012 foi criada a primeira edição da Virada Cultural, inspirado no xará paulista.
Como funciona? São dois dias que funcionam diversos eventos simultaneamente e duram, literalmente, o dia inteiro. Tinha atividades para crianças, adolescentes e adultos. O mais legal foi tirar o estereótipo de que a Ribeira só tem show de rock, visto que na Virada houveram atividades voltadas para o forró, MPB, manguebeat, samba, punk, instrumental e dentre outras coisas.
A Virada foi um sucesso e a cada hora que passava aumentava a quantidade de pessoas e, logicamente, mais difícil para encontrar uma vaga. Só consegui estacionar na Avenida Duque de Caxias e andar dois quarteirões em direção ao nosso destino. É uma ótima forma de conhecer o bairro mais antigo de Natal, visto que a cada passo que anda naquela região, você olha uma parte da história, pois ainda estão os trilhos do antigo bondinho, os prédios antigos que ainda estão de pé e os postes do século 19 ainda estão iluminando as ruas.
Cuidado para não ser atropelado pelos caminhões, que estavam saindo do Porto de Natal no meio da noite.
Cada casa que participara a Virada Cultural recebia um determinado tipo de evento. Essas surgiram a partir de armazéns ou prédios comerciais que foram abandonados ao longo dos anos. Vale lembrar que a Ribeira, antigamente, era um bairro comercial, onde era cheio de prédios, bares, bancos, armazéns e diversas lojas.
Se não quisesse enfrentar uma fila enorme para adentrar, ainda podia ficar andando na Rua Chile, onde tinham diversas apresentações independentes, comidas, comprar adereços por 10 reais, amigos para conversar ou beber. Um dos sucessos de venda foi o Coquetel Molotov, no qual uma galera tava vendo 10 litros de caipirinha num preço bacana.
Não foi só os vendedores do Molotov que gritaram “Fora Temer”, parecia que o pessoal que foi ao circuito tava realmente irritado com a política. Como todo evento cultural, a política chega associada. Muitos artistas utilizaram o show para criticar as mudanças atuais na política brasileira e alguns vereadores utilizaram o espaço para mostrar as suas propostas para entrar no legislativo.
Antes que esqueça, você podia ficar na “pipoca” e ouvir os shows em frente as casas, uma das formas de apreciar a virada.
Ainda podia ficar olhando e admirando os graffitis feitos nos prédios abandonados, deixando aquele espaço abandonado mais colorido. Falando em arte, uma das coisas legais é a casa do poeta Ferreira Itajubá sendo transformada em uma casa cultural, onde tinha galeria, bar e shows.
O povo reclama da Ribeira e mesmo assim ainda vão às festas, mesmo deixando “recadinhos” em frente ao Dosol.
Se quisesse ir ao Dosol, poderia escutar Joseph Little Drop, Luiz Gadelha, Mahmed, Son of a Witch e Lilt. No Ateliê tinha a discotecagem do Housaca e o rock internacional do Boca de Sino.
O som mais eclético poderia ser escutado no largo da Rua Chile, próximo do Porto, onde tinha Sueldo Soares, Luísa e os Alquimistas e Bando das Brechas, que fez a galera dançar bem agarradinho. Estava cansado de escutar música? Podia ir para festinha do espaço A.Bo.Ca, que tinha discotecagem com drag queen ou disputar algum ingresso gratuito para assistir as peças na Casa da Ribeira.
E foi assim durante esses dois dias. Gostou? Compartilha para as amigas!
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