O primeiro show do Planet Hemp em Natal aconteceu em 14 de janeiro de 1995. Além disso, a apresentação aconteceu no antigo Casarão, que ficara na Rua Chile, no bairro da Ribeira. Era a primeira apresentação do Hemp no Nordeste e contou com a abertura do grupo Brutal Brain. O que poderia ser uma mera curiosidade está em um dos capítulos da biografia da banda, que estava fazendo sucesso e polêmica com músicas a favor da legalização da maconha.
Logo na primeira sexta-feira do novo ano, o Planet Hemp começou os trabalhos no Garage, com Beach Lizards, Tornado, Funk Fuckers, Cabeça e Piu-Piu & Sua Banda. Ensaiaram ao vivo o set list e arrumaram as malas para a primeira turnê pelo Nordeste, organizada por Marcello Lobatto, que na época também era músico do grupo O Rappa. Na época, o cachê da banda era de 1500 reais, trezentos para cada um.
Eles começaram de Salvador, depois passaram por Aracajú, Recife, Fortaleza e, por fim, Natal.
“[Aconteceu] num domingo, com abertura do Brutal Brain. No voo de Fortaleza para lá, a mala do Kleber foi extraviada e ele ficou apenas com a cachaça Sapupara que levou a bordo. Bom, melhor do que nada! O show foi agendado para o Casarão da Ribeira. Apesar de ser um prédio histórico, o local estava caindo aos pedaços, com paredes esburacadas, banheiros fedidos e apenas dois ventiladores de teto. Para subir ao tablado de cinquenta centímetros de altura, a banda passou, portanto, pelo meio do público. No meio da apresentação, D2 acendeu um baseado e ofereceu para a galera. Tinha tanta gente ali em cima, que a banda sumiu. E, claro, o beck nunca mais voltou para a mão do vocalista.”, disse o biógrafo Pedro Luna.
O Luna realizou entrevista com Ana Lira, a produtora do show, que só aceitou após a recusa de um produtor local. Ela teve 10 dias para realizar a divulgação do show. “Ela teve apenas dez dias para divulgar e correu atrás panfletando, colando cartazes e conseguindo matérias (nem sempre positivas) nos jornais locais”, disse.
Mas, os fãs estiveram em peso no local. Um dos destaques foi quando Marcelo D2, vocalista do grupo, entregou um beck para plateia e claro que o cigarro sumiu.
Vantagens do show do Planet Hemp em Natal
“O local era realmente sem estrutura, porém, o aluguel era baratíssimo. Não havia saída de emergência nem camarim, e o palco, pequeno e baixo, foi montado especialmente para eles. No fim do show, os músicos ficaram por lá, tomando cerveja e fumando com o público. A partir desse evento, o Casarão da Ribeira virou point”, afirmou o biógrafo.
Jornalistas fizeram barraco por conta do show do Planet Hemp em Natal
A produtora estava no início de carreira e foi acusada por um cidadão em um jornal da cidade de aliciar menores a fumar maconha. Outro colunista armou um barraco, porque ela não deu ingressos para seus amigos assistirem ao show de graça, e publicou outra matéria detonando Anna no jornal, com inverdades sobre a organização. Esse show foi marcante em sua vida, e não apenas pelas polêmicas: “O Lobatto chegou a me perguntar quanto eu tinha gastado pra fazer o show e simplesmente dividiu o lucro. Os meninos não eram exigentes. Eram ótimos. Sempre muito simples”.
Nesta tour, o Planet se hospedou numa pousada de um amigo da Ana, na Praia do Cotovelo, em Parnamirim. Além disso, as refeições também aconteceram em restaurantes de amigos nas praias do Cotovelo, Ponta Negra e dos Artistas.
Algum tempo depois, ela fez um segundo show da banda em Natal, dessa vez num prédio onde antigamente funcionava uma delegacia. Rolou uma tarde de autógrafos no shopping e o evento foi um sucesso.
O último show do Planet Hemp em Natal foi no Mada de 2016.
Deixe um comentário