Durante quase dois anos, a Praça André de Albuquerque e a Praça Padre João Maria estiveram fechadas para uma reforma. Entretanto, os amantes do local estão criticando duramente a entrega da obra, uma vez que, na opinião deles, não foi feito alguma reforma, apenas a troca de alguns bancos. A crítica pode ser vista nos grupos do Facebook que compartilham histórias antigas de Natal, que ficaram chateados com a falta de zelo e questionam o porquê da praça ter sido fechada, se houve apenas a troca de bancos.
O Jeronymo Tinôco, por exemplo, disse em um dos grupos, o “Gestores do Centro Histórico de Natal”, que esteve decepcionado e “fotografou as possíveis “mudanças” no local.
Além disso, outras pessoas aproveitaram o post para compartilhar o mesmo sentimento.
“Poucas praças ditas restauradas com recursos do PAC Cidades Históricas, de fato tiveram ganhos. A maioria trocou 6 por meia dúzia ou até menos”, disse Milton França.
Já Marcílio Tavares comentou:
“Que tipo de reforma é essa? Não agregou praticamente nada.”
“É de chorar a atual realidade da nossa cidade. Tudo devastado. É inexplicável esta situação. A Ribeira já estava desprezada há bastante tempo. Agora a Cidade Alta está sendo desprezada também. Agora quando vem o Carnaval, o dinheiro aparece.”, disse Auxiliadora Barretto.
Jeronymo também fotografou as mudanças da Praça André de Albuquerque, de longe, na fotografia, ver que o Monumento dos Mártires não sofreu alguma alteração. Clique na imagem abaixo, portanto, para ver que apenas os bancos mudaram.
Sobre a reforma da praça
O dinheiro da reforma vinha de recursos federais. No final do ano passado, a Secretaria de Infraestrutura do RN (SIN) disse, para a Tribuna do Norte, que oito dos 14 logradouros públicos que estão sendo reformados através do programa PAC Cidades Históricas em Natal deverão ser entregues à administração municipal neste mês de dezembro. A Secretaria do Estado de Infraestrutura (SIN), que está à frente das obras, relatou que as atividades tiveram ritmo reduzido por causa da pandemia, e só retomaram em plena capacidade no mês de setembro. Isso atrasou o cronograma pensado inicialmente, que previa a entrega de todos os 14 logradouros à administração municipal até o fim de 2020.
O valor total do projeto é de R$ 8 milhões, sem contrapartida do Estado. Só a Praça do Estudante, custou 400 mil.
Já a Praça André de Albuquerque está inclusa na obra de requalificação, que significa que o local recebeu melhorias em sua infraestrutura. Entretanto, as únicas coisas que ficaram visíveis foi a retirada do mato na região e a colocação de bancos de concreto ao invés dos antigos bancos de madeira.
Será que os recursos batem com o que foi prometido?
Pesquisando na internet, o preço dos bancos feitos com concreto varia bastante e depende do tamanho e modelo. O custo benefício é acessível,, uma vez que terá que pagar entre R$ 160,00 e R$ 400,00.
Já a retirada do mato. Um serviço de roçagem simples para limpeza de terreno custa em torno de R$ 2,60 o metro quadrado. Ou seja, a limpeza de um terreno com 100 m² equivale a R$ 260, no mínimo. Já para um serviço mais pesado, como remoção de entulhos, esse valor pode chegar a custar entre R$ 350 a R$ 450 em uma área de 100 m².
A Praça André de Albuquerque tem 5930 metros quadrados de área. Vamos dizer que a capinagem custasse R$ 260 por m², o custo para a sua realização foi, provavelmente, 1,5 milhões de reais.
Entretanto, a falta de transparência deixou muitas pessoas com dúvidas do que foi gasta, uma vez que o isolamento da praça gerou uma grande expectativa de uma senhora reforma.
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