A renda de bilros vieram primeiramente da Europa, mas no Rio Grande do Norte é uma arte original e tradicional, no qual finalmente terá seu registro em forma de filme. As rendas são bastante requisitadas pelos turistas, mas invisível aos olhos dos natalenses.
Para assistir o filme na íntegra, clique aqui.
A obra é um documentário que conta a história não só dos Bilros, mas também da Vila de Ponta Negra. O roteiro e a direção ficou por conta de Dênia Cruz. Esta não é a primeira vez que Dênia fala das camadas mais pobres de Natal, uma vez queque trabalhou no “Leningrado 47”, que contou como a linha chegou na comunidade da zona Oeste da capital potiguar.
Além disso, o curta também contou com a participação da Pelicano Produções na co-produção.
Estudantes do IFRN montam um catálogo da renda de bilros
As alunas Bruna Karla e Émille Araújo do curso de Produção Cultural do IFRN criaram o catálogo sob o nome de Renda de Bilro. Todo trabalho estará disponível primeiramente nas redes sociais da Associação das Rendeiras.
Segundo Bruna, “a ideia do catálogo surgiu a partir de uma disciplina da faculdade e acabou se tornando realidade”.
Para ver o catálogo é acompanhar, portanto, este link.
“Nós vemos nas rendeiras da vila um grande potencial cultural, uma vez que elas trabalham com uma técnica de tecelagem muito rica, assim como passaram de geração para geração como uma tradição”, explicou Bruna.
A estudante conta que para a realização do projeto elas contaram com a cooperação da Associação das Rendeiras de Bilro da Vila de Ponta Negra, que emprestou algumas peças para elas fotografarem e produzirem material para o catálogo. Ela disse que o ensaio foi feito no Restaurante Nau Frutos do Mar, que tem uma decoração praiana e moderna.
Brechando já produziu uma matéria sobre os bilros
A plataforma de dança é uma almofada cilíndrica e os movimentos não revelam passos, e sim formas das mais delicadas, originadas pelo balé de mãos de pessoas como dona Maria de Lourdes de Lima, ou “Vó Maria” como é mais conhecida, a principal responsável pela manutenção das rendas de bilro feitas em Ponta Negra. Aos 83 anos, ela segue firme nesse ofício que corre risco de se perder na tradição que é tão antiga quanto a colonização brasileira feita pelos portugueses, já que foram as mulheres d´Além mar que trouxeram essa trama artesanal para o Brasil.
A artesania de Vó Maria foi herança de uma curiosidade infantil. Ela lembra que ainda bem menina observava com bastante atenção as mulheres rendeiras. A mãe, percebendo seu interesse e vendo que ela trocava facilmente as brincadeiras infantis por ficar assistindo aquele balé de mãos, pagou uma pessoa para que ela aprendesse.
“Comecei a fazer renda aos sete anos de idade. De lá para cá, não parei mais. Em menos de um mês eu aprendi a fazer as rendas. Minha primeira peça tinha dez metros. Meu pai levou para a praia e lá vendeu por um cruzado. Eu não sei quanto isso valeria hoje. Mas minha mãe comprou roupas e calçados pra gente, com aquele dinheiro”, relembra a rendeira mais antiga da cidade.
Olhando à volta, não é difícil perceber que as rendeiras de Ponta Negra correm risco de extinção. Mas, enquanto pessoas como Vó Maria repassarem esse ofício, há esperança de revitalização. Durante todas as tardes, depois da hora do almoço, na Tapiocaria da Vó, estabelecimento do filho dela, as rendeiras de Ponta Negra se encontram para fazer o seu trabalho.
Para ler a matéria, no entanto, clique aqui.
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