A Ladeira do Sol é uma via que os carros caminham de Petrópolis até as praias de Areia Preta e Praia dos Artistas. Para ser mais exata, a mesma começa na Avenida Getúlio Vargas e vai até uma rotatória que liga as avenidas Sylvio Pedroza e Café Filho. Além disso, ela também faz ligação com a Rua do Motor, que fica entre Brasília Teimosa até Areia Preta. Mas, por que a mesma recebe este nome? Quando surgiu a sua inauguração? Confira este post no Brechando.
Foi uma das matérias mais difíceis, uma vez que as informações desconexas e existem poucas histórias sobre cada via da cidade. No entanto, conseguimos os maiores números de relatos possíveis.
É comum você caminhar na Praia do Meio e ver um muro gigante azul com o nome de Natal em Branco. Este paredão é a estrutura da Ladeira do Sol e é um dos principais cartões-postais da capital do Rio Grande do Norte.
Como as pessoas caminhavam para praia
Inicialmente, as pessoas caminhavam para as praias através de bondinhos. Por sinal, Areia Preta era a estação final dos bondinhos, no qual atravessava todo o morro de Petropólis, hoje a avenida Nilo Peçanha. Uma outra forma de ir às praias era atravessando a Ribeira através do bairro de Santos Reis.
Só para você ter uma ideia de como era difícil tomar banho de mar na primeira metade do século XX, as estradas para ir às praias eram quase impossíveis, uma vez que a primeira estrada carroçável em Ponta Negra surgiu apenas na década de 1930.
Surgimento da avenida Getúlio Vargas
A Avenida Getúlio Vargas já existia desde 1912, bem antes do Hospital Miguel Couto, hoje Hospital Universitário Onofre Lopes. A história desta avenida se confunde com o surgimento do bairro de Cidade Nova. De acordo com o pesquisador Gabriel Medeiros, no início do século XX, a Prefeitura do Natal havia determinado que a cidade só tinha três bairros: Ribeira, Cidade Alta e Cidade Nova, futuramente Petrópolis e Tirol.
Com o surgimento dos primeiros planos urbanos, a avenida que conhecemos hoje era conhecida apenas como Estrada para Areia Preta e nos anos posteriores começou a se chamar de Avenida Atlântica. Somente no ano de 1916, a via recebeu os primeiros postos elétricos. Mas, a estrada tinha um fim. Após o final, os banhistas tinham que descer uma ladeira de recifes até chegar ao mar.
Depois construíram uma ladeira, que depois se tornou Rua Valentim de Almeida, para que os carros pudessem chegar mais perto da praia.
Por muito tempo, o local era o limite das fronteiras da capital potiguar e no ano de 1929 recebeu a duplicação e uma prolongação, recebendo os primeiros sinais da ladeira do Sol. No mesmo período, por conseguinte, as linhas dos bondinhos chegaram na região.
Após a morte de Getúlio Vargas, em agosto de 1954, a avenida recebeu o nome do ex-presidente da República. Apenas no ano de 1984 a via recebeu blocos de paralelepípedos e somente na década de 90 foi asfaltada.
Ladeira do Sol veio na gestão de Agnelo Alves
Pesquisando nos jornais da cidade do século XX, a primeira menção do nome no Diário de Natal aconteceu em dezembro de 1968, quando Agnelo Alves desenvolveu uma ladeira para que os carros possam ir a praia diretamente. Além disso, ele ajudou na urbanização da região, alterou os postes da região e, por fim, fez a estrutura da ladeira como conhecemos hoje. Agora, as pessoas poderiam descer a praia sem a ajuda dos bondinhos.
O nome é uma referência ao antigo apelido de Natal, chamado de “Cidade do Sol”. A intenção de Agnelo era fazer com que a cidade parecesse moderna, no qual elaborou um plano cujo título era “Operação Sol”. Demorou 60 dias para ficar pronta. Foram gastos 1100 sacos de cimento, 170 metros cúbicos de pedras facejadas e 1100 metros de meio-fio. Além disso, ajudou a desafogar o trânsito da rua Valentim de Almeida.
Na mesma época, instalaram uma árvore de Natal, daquelas que tem hoje no conjunto Mirassol, na Ladeira do Sol.
Outras vias em torno da zona Leste posteriores
As avenidas Café Filho e Sylvio Pedroza só foram totalmente finalizadas, juntas formam a Orla de Areia Preta, dos Artistas e do Meio, em 1974. Ainda na década de 70, começou a construir a Via Costeira que sua extensão liga as avenidas Engenheiro Roberto Freire e Sylvio Pedrosa e as orlas finalmente receberam asfaltos. Além disso, o local passou nos últimos 20 anos com uma forte especulação imobiliária, cujos prédios tem como moradores gente importante da elite natalense.
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