Natal pode ser uma cidade que ainda tenta defender a moral e os bons costumes. No entanto, já vimos que algumas coisas safadinhas do natalense, como o desespero de ver um filme “pornô” nos anos 50 e deixar por quase 10 anos em cartaz o primeiro filme pornográfico nacional, o “Coisas Eróticas“. Enquanto usava o Facebook, o pesquisador Wandy Villar contou para os seus seguidores sobre a sobre Eros Volúsia, uma dançarina erótica que fez sucesso nos cinemas natalenses.
Vamos contar a história dela a seguir.
Quem foi Eros Volúsia
Seu nome completo é Heros Volúsia Machado, era filha dos poetas Rodolfo e Gilka Machado. Seu contato com os ritmos africanos e indígenas vieram na juventude, visto que sua família tinha um pensionato no Rio de Janeiro e os artistas de todas as classes frequentavam o recinto.
A carreira de dançarina aconteceu em 1934, quando foi aluna de Maria Olenewa. Por conseguinte, aos 14 anos integrou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Sob a influência de Isadora Duncan, importante percursora da dança contemporânea, Volúsia buscou elementos de danças típicas do Brasil. Nasceu assim o Manifesto Antropofágico, que recebeu elogios de Mário de Andrade.
Além disso, chocou a sociedade com suas roupas sensuais e o seu requebrado de dar inveja à Carla Perez.
Na década de 40, começou a sua carreira internacional, onde foi capa da revista Life e virou protagonista de vários musicais. Além disso, ela se apresentou em várias casas de shows dos mais diversos países.
Qual foi a apresentação dela em Natal
A apresentação aconteceu em 1951, com organização Monumental Companhia de Revistas. Na época, Eros tinha bastantes fãs na capital potiguar, visto que seus musicais eram assistidos nos principais cinemas da cidade.
No Rex, por exemplo, exibiu o filme “Rio Rita”, uma produção de Hollywood no qual a protagonizou e mostrou a sua dança inspirada nos ritmos brasileiros. Um trecho a seguir:
Além disso, os seus filmes eram bastante exibidos na matinê da Rádio Poti e em outros cinemas da capital potiguar.
Uma de suas peças mais famosas se chamava “Pudim de Ouro”, cuja direção era de Luiz Iglesias, primeiro marido da atriz Eva Todor. Além disso, a apresentação contava com Mesquitinha, no qual foi um dos pioneiros do humor brasileiro tanto no rádio quanto no cinema.
Além dos dois atores, o espetáculo continha participação de Spina, José Vasconcelos, Violeta Ferraz, Jane Gray, Enza Dorian e outras pessoas figuras do Teatro de Revista. A peça, no ano de 1951, iria se apresentar em Natal, mas os noticiários da época não informaram se isso aconteceu ou não.
Mas, no Rio de Janeiro, por sua vez, a apresentação “Pudim de Ouro” acontecia no Teatro Carlos Gomes. Confira o cartaz de divulgação do espetáculo a seguir:
A artista faleceu no Rio de Janeiro, no ano de 2004, aos 84 anos. Além disso, foi professora de Luz Del Fuego, que contamos a sua biografia no Brechando.
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