Nosso especial de 6 meses de Covid-19 no RN segue essas seguintes etapas:
- Como são medidos os dados da Sesap e Consórcio de Imprensa (Globo)
- Os dados de agosto de 2010
- Rotas do Coronavírus no estado
- Infográfico sobre as curiosidades da pandemia no RN
Começaremos o texto para falar que finalmente descobrimos como a Sesap mede os casos de infectado de coronavírus no Rio Grande do Norte. Isso só aconteceu a partir de uma pesquisa entre os professores Juciano Lacerda e Ângelo.
Se você não quer saber disso e quer ir logo para saber o número de casos de agosto, clique neste link.
Os pesquisadores questionaram em um artigo acadêmico sobre o uso do Consórcio do Grupo Folha, Estadão e Globo para medir os casos do novo coronavírus no Brasil. As notícias utilizam, entretanto, a medida da média móvel para saber o andamento da pandemia.
Vamos dividir a primeira parte do nosso especial assim:
Como o Consórcio mede os casos?
Afinal, como a Sesap mede esses dados?
Como o Consórcio mede os casos?
A média móvel consiste, no que lhe concerne, em medir os casos de um dia em comparação aos últimos sete e/ou 15 dias anteriores. Quer dizer, se na quinta-feira foram 5 doentes. Mas, na quinta da semana passada foram 10. Eles vão pegar os dados da quinta anterior e fazer uma média do número de casos.
O que isso significa? Que a média móvel nos últimos 7 dias foi de 50%. Então, eles comparam com as médias anteriores e definem para saber se diminuiu ou não os casos. Isso equivale tanto para infectados quanto aos óbitos.
Contradição dos dados
Os pesquisadores, ao analisar a forma que o Consórcio apura, no entanto, descobriram que há uma contradição dos dados do consórcio e da Secretária de Saúde do RN.
O grupo Folha, Estadão e Globo fazem comparativo das duas últimas médias móveis e vão saber se a diferença entre às duas é de 15 por cento ou não.
Assim, eles definem três padrões a partir de cores: vermelho (alta), amarelo (estabilidade) e azul (baixa). Além disso, estabelecem uma margem de 15% para cima e para baixo para determinar a estabilidade. Ou seja, se o número de registros de um determinado dia ultrapassar 15% da média dos últimos 14 dias, o Estado ficaria com a cor vermelha.
Caso seja abaixo dos 15% era sinal de queda. E, por fim, se manteve a estabilidade de 15% era considerado estável.
Motivo do consórcio de imprensa
Essa união só surgiu após o Governo Federal esconder o número de casos dos principais conglomerados do país como uma forma de atrapalhar a apuração jornalística. Além disso, eles reconhecem que essa atitude trouxe uma autoridade de conhecimentos dos jornais.
“Com esse poder de afetar ao longo do tempo a agenda pública por manter o tema vivo diariamente em sua agenda de produção noticiosa, o consórcio dos principais veículos de comunicação do país reconstruiu suas bases da confiança com os diversos públicos da sociedade ao buscar estratégias para produzir informações jornalísticas independentes do que era ofertado pelas fontes oficias do governo federal. Enquanto isso, o governo Bolsonaro buscava em contraofensiva emplacar a sua agenda oficial sobre uso de terapias e medicamentos sem comprovação científica”, afirmaram os pesquisadores.
Entretanto, a forma deles medirem os casos é totalmente diferente da Secretaria de Saúde do RN, visto que a equipe de pesquisadores mediam os casos a partir da data da ocorrência do óbito e não da notificação, como fazem os jornais.
Afinal, como a Sesap mede esses dados?
Um indivíduo saudável ao ser infectado demora algum tempo, em torno de uma semana, até desenvolver os primeiros sintomas. Ele também pode ficar assintomático e nunca saber se de fato foi infectado ou não. Ao sentir os primeiros sintomas, ele pode considerar que não é nada grave, não procurar o serviço de saúde e ter remissão espontânea.
Caso ele procure um serviço de saúde, a unidade de saúde registra o paciente como suspeito e encaminha para a realização de exames. Caso seja positivo, o caso é notificado pela Secretaria de Saúde e passa a fazer parte das estatísticas de casos confirmados.
Quando os casos são notificados
Este registro tem, portanto, três datas importantes: (a) data de notificação, que é quando o registro de fato é incluído na base; (b) a data da coleta do teste e (c) a data dos primeiros sintomas, a partir das declarações do paciente.
Assim, uma vez que não dá para saber a data exata da infecção, a data dos primeiros sintomas é a melhor forma de avaliar a tendência da epidemia, principalmente para detectar se está havendo crescimento ou redução no número de casos diários.
Ocorre que, desde os primeiros sintomas até a notificação (momento T4) se passa um tempo considerável. Chegando a até duas semanas ou mais, dependendo do tempo que se obtém o resultado do teste. Em algumas situações pode acontecer, também, de o caso não informar imediatamente após o resultado do teste, por problemas relacionados à própria estrutura da vigilância do município ou por problemas técnicos.
Assim, pode existir a situação em que vários casos aparecem ao mesmo tempo, em bloco, e este conjunto de dados se refere a casos que têm datas de primeiros sintomas ao longo das várias semanas anteriores.
E, por isso, mostrando a contradição de dados da Secretaria de Saúde e do Consórcio de Imprensa.
E os óbitos?
Com os óbitos a situação segue a mesma linha. Boa parte dos óbitos por covid-19, quando ocorre já está diagnosticado com a doença, mas pode ocorrer de o diagnóstico ser feito após o óbito.
Além disso, mesmo que já esteja diagnosticado e registrado como caso, pode ser que a notificação do óbito ocorra um bom tempo depois de sua ocorrência, pois muitos casos exigem investigação ou mesmo pelo fato de ocorrerem problemas no fluxo da informação desde a ocorrência do óbito até a notificação.
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