Na próxima segunda-feira (7), o Brasil comemora os 198 anos de sua independência. A lenda conta que o Dom Pedro I gritou as margens do rio Ipiranga, em São Paulo, a seguinte frase: “Independência ou Morte”. Este período é marcado primeiramente pelo desfile militar, no qual ainda é cultuado por uma minoria.
Mas, como os potiguares souberam da independência do Brasil? Confira!
Independência na visão dos potiguares
Em 1822, o Brasil finalmente conquistaria a independência do domínio português após três séculos. Mas, o Rio Grande do Norte passaria a se tornar província. O problema, porém, a notícia levou três meses para chegar. Não foi como a novela apontou, que todos os estados receberam a notícia de forma igual.
Antecedentes
Cinco anos antes, os potiguares participaram da Revolução de 1817. O motivo de sua participação foi a fome e a seca no Nordeste, no qual estava castigando bastante os habitantes da região. Além disso, havia abusivos impostos, cobrados pela metrópole para manter a corte portuguesa que ainda se encontrava no Brasil.
Iniciou-se, assim, o movimento que tratou de organizar um governo provisório e republicano, no qual havia representantes de quase todos os segmentos da sociedade. Faziam parte do grupo; Domingos José Martins, o representante do comércio; José Luís Mendonça, pela magistratura; Domingos Teotônio Jorge, escolhido o comandante em armas pelos militares; o padre João Ribeiro, pelo clero; Manuel Correia de Araújo, pelos agricultores, e como secretário do interior foi nomeado o potiguar padre Miguelinho.
Recife foi bloqueada e, em maio de 1817, já estavam presos os revoltados, depois de violenta repressão.
A Independência para o RN
Um ano depois, a gestão do Rio Grande do Norte passa por algumas mudanças. Em março de 1818, o Rio Grande do Norte e a Paraíba se separaram.
Assumindo novamente o governo do Rio Grande do Norte, depois dos acontecimentos de 1817, José Inácio Borges era considerado simpatizante da causa da independência. Entretanto, saiu do poder novamente. Assim foi formada uma Junta Constitucional Provisória, composta por sete membros, e eleita em dezembro de 1821.
Uma anos depois, portanto, no dia de 2 de dezembro de 1822, chega ao Rio Grande do Norte a notícia da separação política.
Um mês depois, no dia 22 de janeiro de 1823, a junta promove as comemorações da Independência. No dia dia 01 de dezembro de 1822 houve a nomeação de D. Pedro como imperador. Os potiguares, no entanto, ignoraram.
Veja o tópico a seguir para entender o porquê dos potiguares terem ignorado o fato.
Confederação do Equador e o Nordeste independente
A revolta representou a principal reação contra a tendência monarquista e a política centralizadora, uma vez que o imperador, mesmo após a Independência do Brasil, permanencia atrelado aos interesses de Portugal. Ainda mostrava-se simpático a uma proposta, feita pelo seu pai Dom João VI, de recriar o Reino Unido. Essa ideia concederia ao Brasil uma ampla autonomia, porque assim preservaria seus direitos ao trono português.
A fórmula, contudo, era vista por muitos pernambucanos como uma tentativa de recolonização. Assim Pernambuco criou uma revolta para independência do Nordeste.
Para conter a Confederação do Equador, o Império enviou as tropas à região. Os estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Norte, portanto, ficaram do lado de D. Pedro I.
Apesar dos governantes apoiarem à Coroa, o movimento teve seus apoiadores nas terras potiguares. O Tomás de Araújo Pereira era um líder potiguar e tentou evitar a ocorrência de conflitos armados no RN.
No final, o movimento acabou sem obter sucesso. Um dos principais líderes do movimento, o padre Joaquim do Amor Divino Rabelo, o Frei Caneca, foi portanto condenado à pena de morte. Em 1° de dezembro daquele ano, foi outorgada pelo imperador a Constituição de 1824 e as regiões Nordeste e Norte do Brasil tiveram restabelecida a ordem imperial.
Deixe um comentário