Muitos já partaram para assistir no Cartoion Network ou Netflix e viram aquele garotinho de cabelo cacheado de galochas amarelas, no qual todo mundo chama de “Irmão do Jorel”. A animação desenvolvida pela TV Quase em parceria com a Copa Studios é uma das mais assistidas no primeiro canal citado e não por menos, este artigo vai explicar o porquê de sua popularidade, que está conquistando até mesmo os norte-americanos.
O Irmão do Jorel é a história do filho caçula de classe média baixa que tenta criar a sua própria identidade enquanto o irmão mais velho, Jorel, se torna o garoto mais popular da escola, tendo até um próprio fã clube.
Todos já se identificaram na história retratada por Juliano Enrico, que baseou nas histórias da própria família para fazer esta animação e inclusive a caracterização dos personagens se baseia nas fotografias antigas, apesar de negar que seja uma autobiografia. Todos já se identificaram ou conhece algupém que tenta “despregar” a sua imagem com a do irmão e como é difícil criar a sua própria identidade. Além disso, traz em questão conflitos atuais e que atingem todos os países, como bullying, a dificuldade de se relacionar com as pessoas e as questões familiares.
Além disso, temos uma identificação com a família do Irmão do Jorel, no qual traz uma mãe que gosta de comidas saudáveis, a avó companheira (Vovó Juju), a outra avó desbocada (Vovó Gigi), o irmão que quer ser astro do rock e o pai que quer fazer a sua própria revolução. Ao ver esses personagens, rapidamente a gente diz coisas assim: “Nossa, o seu Edson (patriarca da família) parece aquele amigo que quer revolucionar o mundo e é jornalista”.
Sem contar que a animação traz uma nostalhgia do comportamento das famílias brasileiras, independente se foi nos anos 80, 90 ou 2000. Representa o Brasil na sua simplicidade e nos detalhes mais nobres.
A gente cresceu em um ambiente como é retratado em “Irmão do Jorel”, com avós presentes, pais protegendo o tempo todo e irmãos que vivem brigando, mas que na hora mais importante se unem para um bem maior. Ao mesmo tempo consegue trazer críticas sútis à sociedade, desde a repressão policial (os policiais são retratados como palhaços) até o comportamento da grande imprensa. Por isso, o Irmão do Jorel conseguiu atingir o Brasil da sua forma simples, pois são nos hábitos comuns que mostra o que tem mais de especial no povo brasileiro quer o Darcy Ribeiro tanto falava em seus livros.
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