Sebo é o nome popular dado a livrarias que compram, vendem e trocam livros usados.Às vezes, eles vendem objetos culturais colecionáveis, como LPs, revistas, instgrumentos musicais e artigos de decoração. O preço dos livros vendidos em sebos é geralmente mais baixo, com exceção de livros raros, autografados, primeiras edições, os que levam encadernação de luxo, que podem ter um custo maior por seu valor histórico. Por falar em instrumento musical, a Balalaika (podendo ser escrito balalaica) é um instrumento musical típico russo de três cordas dedilhadas, de sessenta centímetros a um metro e setenta de comprimento, com um corpo triangular levemente curvado e feito de madeira.
É tipo um ukelele, porém é considerado uma obra de arte importante para os russos.
Obras de artes são as coisas que mais chamam atenção ao adentrar o sebo Balalaika, que fica na rua Vigário Bartolomeu, também conhecida por ficar por trás da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN). O local fica em um espaço minúsculo, mas a sua decoração estampada por quadros de artistas potiguares deixa o espaço ser grandioso, juntamente com os pisos mostrando a origem do casarão antigo com alguns pisos cimentados que escondem um pouco a origem. De repente encontramos o Ramos, o dono do sebo, que conversa com todo mundo, como se fosse um velho amigo, podendo discutir todos os assuntos possíveis desde literatura até artistas da época.
Entre o mundo Nutella e Raiz, ele é um sebo bem raíz, onde uma parede inteira é cheia de estantes com livros. Tem desde clássicos da literatura até livros potiguares do Jovens Escribas, mostrando que os livros devem ser espalhados pelo mundo.
Por falar em livros, quando o Brechando brechou o Balalaika foi logo numa quinta-feira, dia que o bairro de Cidade Alta está esperando o aclamado samba do Beco da Lama, então é comum ver artistas, boêmios e até mesmo os políticos circulando nas redondezas e os principais pontos da Cidade Alta, como a Praça João Maria ou no Bar do Zé Reeira, localizado no beco entre as avenidas Princesa Isabel e Rio Branco. No Sebo Balalaika isto não foi diferente.
É o local que tem tudo, livros novos daqueles que nunca saíram do plástico, mas também aqueles de capa dura, no qual para mim são os livros mais bonitos e dá vontade de cada vez mais de ler. Desculpa, sou uma típica Bibliomania, uma desordem obssessiva-compulsiva, que consiste numa recolha, e coleccionamento, de livros, no qual muitas vezes este não é um dos piores sentimentos. Ao mesmo tempo é um momento para trocar figurinhas, inclusive a Revista do Brechando.
Ainda tive tempo de discutir Ernest Hemingway e Scott Fritzgerald, perguntando qual dos amigos eram os melhores escritores. Alguns falavam de como Hemingway era covarde e beberrão, no qual dizia que o único livro que valia a pena era “O Velho e o Mar” e outras pessoas, como eu, falando que gostava de como era a sua narração em primeira pessoa e ao mesmo tempo onisciente, que sabia os pensamentos dos personagens.
Claro que aproveitei para paquerar os LPs (minha paixão), no qual o sebo tinha acabado de escutar o lado B de “Francisco”, de Chico Buarque.
Fica do lado direito da parede, numa estante que estava dividida por estilos musicais, que tinha desde artistas de sucessos nas décadas passadas, como Beto Barbosa, gente potiguar (ex: Carlos Alexandre) e até aquelas icônicas capas de trilha sonora de novelas. Fiquei curiosa quando vi uma capa com uma cantora Selminha. Assim que cheguei em casa, eu rapidamente joguei no Google e queria saber quem era aquela jovem e quase não achei nada, foi uma garimpada difícil. Rapidamente eu soube que cantava brega e forró e que era natural de Natal, conhecida pela alcunha de “A Musa do Forró”. Ainda achei o blog da cantora, que pode ser conferido neste link.
Rapidamente em sua biografia, a mesma disse que nasceu em Natal e veio de uma família circense. Aos oito anos já se apresentava, mas aos 13 lançou seu primeiro compacto, vendido facilmente pelo Mercado Livre por 33 reais e já lançou em torno de 10 discos, sendo dois em Portugal. Hoje, ela canta pelo interior do Rio Grande do Norte.
Se não quer forró, tinha o disco mais famoso do Leandro e Leonardo e aquele sertanejo tradicional do Chitãozinho e Xororó. Queria dar um presente para sua avó ? Julio Iglesias podia ser visto facilmente, com aquelas suas capas com rosto de galã de novela latina. Ainda tinha CDs, se ainda tem um toca-discos no seu carro, um aparelho de som na sua casa ou se seu computador tem leitor para CD.
Ainda de quebra é um espaço que estimula a cultura, tanto com eventos culturais, inclusive em sua calçada, mas também vende instrumentos usados e tem um estúdio onde bandas potiguares de todos os estilos possíveis fazem os seus ensaios.
Um dos fatos peculiares é que a casa onde funciona o Balalaika funcionou a primeira sede do América Futebol Clube, . Durante o seu centenário, a placa foi instalada para mostrar que aquele espaço é um marco na história do futebol brasileiro, bem na entrada do sebo, para todo mundo ver.
Veja as fotos a seguir:
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