Traduzindo para português “The Morning Sun” significa “O sol da manhã”. Para quem vive numa cidade de Natal, sabe que às 5 da manhã começa com aquele sol tímido, quase um pôr do sol, sendo que mais brilhante, começa a se intensificar e ficar cada vez mais forte. Qunato maior o brilho, mais ficamos fortes.
Foi assim que senti com as músicas do Luan Bates, que pediu para que o Brechando avaliasse as músicas do primeiro álbum do cantor e tinha carta branca para comentar o que quiser (confesso que ele falar isso para uma pessoa do signo de áries mostra que ele tem uma coragem de um leão). Então, prontamente eu topei o desafio por gostar de trabalhar desde sempre com jornalismo musical.
Quem conhece o Luan, sabe que ele é bem na dele quando conversa de forma informal ou até mesmo fazendo entrevista, mas mal sabem as pessoas das suas letras fortes e do vozerão deste jovem, que facilmente pode confundir com uma banda inglesa de rock indie ou ressucitando aquele britpop gostoso de ouvir dos anos 90 do Oasis e Blur. Gosto das letras em inglês no rock (apesar de ter participado de inúmeras rodas de conversa sobre rock cantado em português), pois é um ritmo que tem ser falado para muita gente, tem que chacoalhar, fazer barulho e essas coisas. Como o inglês é uma das língua mais estudada pelas pessoas e mais compreendida quando estamos fora do país, muitos optam em utilizar o idoma para atingir mais pessoinhas.
O disco é composto por músicas inéditas e outras já publicadas nos três primeiros EPs do cantor, como “Listen Up, Mates”, “Distant Minutes” e “Dream of the Day”, mas isso não tira o brilho do álbum, que agrada tanto que conhece a banda pelas noitadas de Natal quanto quem nunca ouviu falar de Luan Bates na vida.
A primeira sensação que quando escutei o disco foi que uma pessoa está saindo de uma casca e essa mesma começa a se rachar, no quai sai diversos sentimentos (bons e ruins) que habitavam com o indíviduo. É um desabafo e rapidamente faz com que as pessoas se identifiquem com as músicas compostas. Cada vez mais quero um dueto de Luan Bates com o Thalles, um cantor e ator, que também faz letras estilo desabafo e tem um som bastante noventista.
Thalles é do Rio Grande do Sul e tem a mesma idade de Luan, 24 anos. Seria massa o encontro desses Rio Grandes, que cantam uma bad com toques de otimismo no final.
As onze faixas do “The Morning Sun” abordam reflexões pessoais, relacionamentos e a visão do músico potiguar sobre sua cidade, no qual rapidamente me identifico, pois na minha transição entre adolescente e adulta tinha umas visões parecidas.
A melhor música, na minha opinião, é “September 23rd Sonet”.
O Luan começou a tocar e gostar de música para valer aos 14 anos e somente em 2014 ingressou em bandas. No final do ano de 2014, lançou o seu primeiro EP, sob um pseudônimo, mas foi durante o Seu Ninguém que a carreira solo criou sua própria forma. Ainda em 2016, lançou seu primeiro EP com o nome Luan Bates, “Listen Up, Mates”, com três faixas que elaboram o início de uma autobiografia entre o final de sua adolescência e o início de sua vida adulta. Seu trabalho seguinte, “Distant Minutes” dá continuidade a essa biografia, compartilhando observações sobre o início da vida noturna de Bates em sua cidade.
Ao mesmo tempo que lançava a sua carreira solo surgiu a ideia de criar o selo Nightbird.
O trabalho foi produzido pelo próprio artista e a masterização ficou por conta de Gustavo Coutinho. Escute o disco a seguir:
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