Vovó já dizia: “Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher”. Sempre questionei a frase. Se o marido for ruim com a esposa?
A expressão era usada como uma forma de dizer que o marido tem razão. Fomos criadas para que a gente recebesse nosso futuro companheiro como um pai que a gente tem relações amorosas. Por isso, muitas das nossas bisavós foram forçadas a serem casadas com tios ou aquele primo bem mais velho.
Diferente daquele amor vindo dos livros de romantismo, no qual idealizamos por um rapaz que morresse (literalmente) de amor por a gente.
Mas, pensando, melhor, nem no romantismo as mulheres tinham o poder de decisão nas escolhas amorosas. Os homens queriam aquela menina jovem, branca e com rosto delicado.
Esta frase é machista e sempre problematizei esta frase, visto que eu já vi muitos homens xingando companheiras na rua e ninguém em sua volta agia a ação normalmente.
Hoje as mulheres têm uma decisão na hora de votar, estudar, trabalhar e, até mesmo, para ter filhos. Algo que muitas pessoas do gênero masculino não aceitam e fazem de tudo para desconfigurar a mulher de sua atual posição social.
Tatiana era de Guarupava, interior do Paraná, e seu assassinato pelo seu marido e as suas agressões antes de sua morte foi televisionado. Ela gritou, esmurrou, correu em volta da garagem e ninguém quis a ajudar. Alguns vizinhos só admitiram que ouviram os gritos após depoimento da polícia com o objetivo de investigar o assassinato.
Porém, todos os dias o feminicídio está nas nossas vidas e frequentemente embaixo do nosso nariz. Os casos não são raros, a gente conhece aquele “amigo” que desestimula a namorada em fazer o mestrado, transou enquanto está dormindo (estupro, nas entrelinhas), xinga quando está com raiva ou já chegaram “as vias de fato”.
O relacionamento abusivo é mais presente e o feminicídio tem que ser combatido a partir de pequenas ações, como denunciar o 180 ou estimular aquela pessoa violentada fazer queixa.
Não deixem suas amigas machucadas, durma de consciência tranquila.
O machismo será exterminado quando as funções sociais e amorosas serem divididas finalmente por suas habilidades e não pelas genitálias.
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