Essa moça que está chorando na foto é Jacqueline Brasil, travesti que luta contra a LGBTfobia e a violência contra a mulher. Na noite desta quinta-feira (1), ela recebeu o título de cidadã natalense na Câmara Municipal do Natal. O plenário da Casa aprovou por unanimidade o Projeto de Decreto Legislativo proposto pela vereadora Amanda Gurgel e susbcrito pelo vereador Raniere Barbosa.
É um marco para os militantes do LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros).
“É importante termos iniciativas de promoção da igualdade de direitos e combate a invisibilização social dos LGBTs. O Nordeste foi líder, em números absolutos, no número de assassinatos de LGBTs em 2015, segundo o GGB”, disse Amanda durante a solenidade que chegou a ser transmitida na TV Câmara.
Jacqueline Brasil é natural do município potiguar de Campo Grande. Sua família se mudou para João Pessoa e foi expulsa de casa na juventude pelos pais, após sofrer uma acusação de que transava em salas e corredores da sede da congregação da Igreja Evangélica onde a família pertencia. Sem direito à defesa, Jacqueline foi viver nas ruas e lá encontrou uma pessoa onde lhe adotou.
Entrou para a Marinha do Brasil, chegou a ser terceiro sargento, mas um acidente de trabalho fez com que ela se aposentasse por invalidez. Achava que era só um garoto homossexual até chegar aos 27 anos, quando ela se transformou em Jacqueline, morando no Rio de Janeiro.
Hoje, Jacqueline é presidente da Associação das Travestis Reencontrando a Vida (Atrevida/RN), no qual a fundou em 2008 e luta no combate às expressões da homofobia, entre outros campos de atuação.
Defende causas como a efetividade do nome social nos órgãos públicos, a realização da revista policial feita por agentes mulheres, o direito de utilizar banheiro feminino em todos os lugares, capacitação para o mercado de trabalho. Outra bandeira agitada pela ativista é a campanha da violência contra a mulher.
Confira esse perfil escrito pelo jornalista Conrado Carlos para o Substantivo Plural.
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