O documentário de Pedro Fiúza (moço da foto acima, de autoria de Lucas Cândido) está na Mostra Competitiva Brasileira do festival de documentários, chamado “É tudo Verdade“. Além disso, a obra está na competição é “A Edição do Nordeste”, que retrata o papel do cinema na construção do imaginário nordestino e estará em exibição entre os dias 04 e 14 de abril, no Rio de Janeiro.
Sendo um dos principais festivais de documentários da América do Sul, os vencedores dos prêmios dos júris na competição de Curtas Metragens Brasileiros estarão automaticamente classificados para apreciação à disputa pelo Oscar® de 2025.
O curta-metragem é resultado de uma pesquisa multimídia com base no livro “A Invenção do Nordeste e outras artes” do professor e historiador Durval Muniz de Albuquerque Júnior em conjunto com Matteus Cardoso, Henrique Fontes e Pablo Capistrano. Esse mesmo livro em questão inspirou a peça de mesmo nome.
Pesquisa e sucesso de trabalho de crítica acerca da obra de Pedro Fiúza até ao festival que lhe pode garantir a competição do Oscar
Para chegar ao resultado final precisou de intenso processo de decupagens, roteirização e montagem ao longo de seis anos para o espetáculo teatral “A Invenção do Nordeste”, que conquistou o Prêmio Shell de Melhor Dramaturgia.
“Eu pensei no filme justamente para desconstruir alguns clichês reducionistas sobre nós e mostrar como o cinema é uma ferramenta poderosa para ajudar a inventar o que quer que seja, nesse caso uma região e sua cultura própria. É claro que o filme pode também ser lido como uma homenagem ao regionalismo, como tantas vezes ouvimos na circulação da peça, mas isso fica à cargo de cada espectador” comentou Fiuza ao vencer o Troféu da Crítica de Melhor Curta Metragem da Mostra de Cinema de Gostoso em 2023.
Segundo o crítico Pablo Villaça, a obra de Pedro Fiuza e com altas chances de ir ao Oscar, diz que:
“…em apenas 20 minutos, Fiuza cria ligações inspiradas entre filmes para abordar temas como o cangaço, a seca, a fome, a emigração para o Sudeste e as dificuldades encontradas pelos que viajaram para o sul em busca de melhores condições”.
Pablo Villaça
Enquanto o crítico Chico Fireman afirmou que:
“‘A Edição do Nordeste’ justapõe cenas e diálogos das mais variadas obras que mostram como a região foi historicamente reduzida a um combo de ideias, personagens e imagens que impuseram um imaginário folclórico e rudimentar que virou ‘verdade’ para o resto do Brasil”.
Chico Fireman
Ainda estará no streaming
De 15 a 30 de abril, será possível ainda assistir gratuitamente na plataforma de streaming Itaú Cultural Play, visto que incluirá os 9 títulos da Competição Brasileira de Curtas-Metragens.
Uma mini-bio do diretor Pedro Fiúza
Pedro Fiuza é natalense. E, estudou Rádio & TV na UFRN, onde também especializou-se em Cinema. Ainda mais é sócio-fundador da Casa da Praia Filmes, empresa potiguar responsável pela produção de “Sideral”, de Carlos Segundo. A produção, inclusive, foi concorrente à Palma de Ouro em 2021 no 74º Festival de Cannes. Além disso, “Sideral” integrou a “shortlist” do Oscar 2023.
Sem contar que a produtora Casa de Praia foi responsável pela distribuição na América Latina de “Big Bang”. O mesmo trabalho foi vencedor do Leopardo de Ouro de Melhor Curta de Autor, no 75º Festival de Locarno. Obra também conta com a direção de Carlos Segundo.
Fiuza é diretor e roteirista de “Vai Melhorar”, indicado na edição do primeiro semestre do 20º Grande Prêmio do Cinema Brasileiro, em 2021. Trabalha ainda no teatro assinando dramaturgia audiovisual, principalmente pelo Grupo Carmin.
SERVIÇO
29º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários
3 a 14 de abril
Com exibições em salas de cinema de São Paulo e Rio de Janeiro
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