Na próxima quarta-feira (21), o diretor potiguar Pedro Fiuza lança o curta, de 20 minutos, “A Edição do Nordeste“ na Mostra de Cinema de Ouro Preto. O filme simplesmente é uma homenagem ao cinema brasileiro, visto que é uma colagem de cenas de 28 filmes brasileiros, de 1938 a 1980. Todos mostram uma visão diferente sobre o Nordeste.
O filme se propõe a ser uma jornada visual aberta, provocadora e propositiva sobre como o cinema brasileiro foi essencial na construção de uma identidade nordestina.
Quem é
Pedro Fiuza explica que os filmes selecionados “representam não só uma memória da cinematografia nacional, mas um momento importante da história do país, uma vez que o cinema, com sua força simbólica e imagética, ajudou a inventar uma região inteira”.
Com formação em Rádio & TV na UFRN e especialização em Cinema, Fiúza é sócio-fundador da Casa da Praia Filmes. Uma empresa potiguar responsável pela produção de “Sideral”, concorrente à Palma de Ouro em 2021 em Cannes. Ainda mais foi integrante da “shortlist” do Oscar 2023. Além disso, teve responsabilidade na distribuição na América Latina de “Big Bang”, com prêmio do Leopardo de Ouro de Melhor Curta de Autor, no 75º Festival de Locarno, ambos filmes na direção de Carlos Segundo.
Sobre o mais novo curta potiguar que vai exibir em Ouro Preto
O curta poderá ser visto gratuitamente de forma online entre os dias 21 e 26 de junho pelo site oficial do festival www.cineop.com.br. A mostra tem a organização do Universo Produções. Responsável também pela Mostra de Cinema de Tiradentes, a Mostra CineBH e o Brasil CineMundial, dentre outros projetos.
Alguns dos títulos presentes são parte fundamental da história do cinema nacional, como: “Deus e o Diabo na Terra do Sol” de Glauber Rocha, “O Pagador de Promessas” de Anselmo Duarte, “Os Fuzis” de Ruy Guerra e “Maioria Absoluta” de Leon Hirszman. Além disso, tem a participação de “O Cangaceiro” de Lima Barreto, “Menino de Engenho” de Walter Lima Jr., “Vidas Secas” de Nelson Pereira dos Santos e o potiguar “Boi de Prata” de Augusto Ribeiro Jr.
Sem contar que passou no edital Cine Natal 2018, da Prefeitura do Natal, sob a produção de Fiuza e Mariana Hardi. A edição ficou por conta de Aristeu Araújo, com Desenho de Som e Mixagem de Luiz Lepchak e, ainda mais, há o Design Gráfico de Vítor Bezerra.
Inspiração em “A Invenção do Nordeste”
A aproximação de Fiuza com o tema vem do Grupo Carmin, uma vez que participou do espetáculo teatral “A Invenção do Nordeste”. A peça do grupo, idealizada e dirigida por Quitéria Kelly e escrita por Henrique Fontes e Pablo Capistrano, conquistou o Prêmio Shell de Melhor
O curta vem da pesquisa do diretor, com Matteus Cardoso, Henrique Fontes e Pablo Capistrano. Nos estudos o trio realizou um intenso processo de decupagens, roteirização e montagem ao longo dos últimos seis anos. Tanto do curta quanto da peça tem como base o livro “A Invenção do Nordeste e outras artes” do historiador Durval Muniz de Albuquerque Júnior.
O filme “A Edição do Nordeste” tem “a intenção de revisitar a origem desta criação, além de propor a possibilidade de que tudo que se inventa também muda”, afirma Fiuza. Deste modo, a obra mostra como o cinema tem força de transformação social.
Além desse sentido político, o curta é um convite à apreciação da produção cinematográfica brasileira. Ele é repleto de “imagens espetaculares desses incríveis e importantes filmes do cinema brasileiro”, afirma o diretor.
Por fim, conta ainda com uma canção da cantora potiguar Juliana Linhares. Ainda tem a parceria da Cinemateca Brasileira e apoio do Canal Brasil, entre outros acervos, no que diz respeito, portanto, às imagens de arquivo.
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