Existe a diferença entre Marina Sena no Mada de 2022 com 2023? Quando conheci Marina Sena, ela era uma das cantoras da banda mineira Rosa Neon, que misturava influências da antiga da MPB com elementos da cultura pop. Entretanto, a sua voz anasalada e chamativa rapidamente viria tornar objeto de curiosidade. O resultado veio numa carreira solo com as mais diferentes quebras de tabu.
O objetivo de fazer esta entrevista com Marina era para saber as mudanças na sua carreira. Afinal, 2022 ela veio ao Dosol e Mada quando estava começando a sua carreira solo e na turnê do primeiro disco “De Primeira”. Agora, ela estava numa fase mais madura, com novo álbum e tinha feito um show no The Town, em São Paulo, cantando os sucessos de Gal Costa, gerando comentários mistos.
A entrevista em 2022 no Festival Mada consistia assim e entre parágrafos vou colocar meus comentários acerca deste momento:
Coletiva de Marina Sena no Mada 2022, diferente da Marina do Mada 2023. Era uma cantora iniciante que estava começando a colher os frutos da fama
1) (minha pergunta para imprensa, cada repórter tinha direito a uma): Marina, você veio para Natal há seis meses e muita gente ficou apreensiva no show por conta de que a venda de ingresso para seu show virou trending na cidade. Mesmo assim, a apresentação lotou. O que espera agora?
Marina Sena: Olha eu já estou esperando muita coisa, porque daqui (aponta para janela do camarim) vejo que também tem muita gente e o pessoal super animado. Antes, fiz a passagem de som no palco e já amei a energia do festival (primeira vez dela no evento, pois só havia tocado no Dosol), achei lindo. Toda vez que venho para Natal eu fico muito feliz com o movimento das apresentações.
2) Repórter do Yahoo: Durante os festivais você até ficou brincando que as pessoas tiraram foto de sua virilha e isto virou notícia. Como você se sente quando vira notícia, assim como 2018 a Sabrina Sato bombou com a virilha sarada?
Marina Sena: Sério? Chocada? Não sabia que minha virilha seria pauta de alguma coisa. Mas legal, né? Achei tão bom ser pauta.
3) Repórter do Ceará que não entendi seu veículo: No ano passado, você fez show no Ceará e conversou com a nossa equipe alegando que não tinha como mensurar o sucesso do “De Primeira”, pois os shows presenciais estavam voltando aos poucos. Mas chega 2022 e veio o resultado. Qual a importância do retorno dos presenciais?
MS: Acho que está junto com o público é a melhor coisa de mensurar como está a repercussão do meu trabalho. Ver na internet é legal, mas pessoalmente é melhor. Viver a coisa, sentir o pulsar e acho importantíssimo eventos como esse aqui.
4) Repórter do UOL pediu para Marina Sena gravar um quadro no Instagram sobre quem vai bombar no verão e ela prontamente respondeu:
Eu acho que a pessoa já está bombando, mas vai bombar muito no verão. E não é pouco. Será a cantora Rachel Reis (de fato: ela bombou).
E 2023? Como foi a coletiva de Marina Sena do Mada?
A primeira diferença foi que a entrevista aconteceu depois do show, no qual tivemos que esperar uma hora após a apresentação. As justificativas eram várias, sendo que a primeira era o medo de não atender os 17 repórteres presentes e depois ela falou que estava empolgada em assistir o show do rapper cearense Matuê.
Mesmo a demora ter sido cansativa, os repórteres estavam empolgados e curiosos para ter uma aspa dela em sua reportagem. Então, resolvi transcrever a entrevista na íntegra e apresentarei logo abaixo.
Entrevista de Marina Sena no Mada em 2023
Cada repórter tinha direito a fazer uma pergunta, assim como aconteceu no ano passado.
Oi Marina, tudo bem? Primeiramente seja bem-vinda de volta em Natal. Então eu gostaria de saber de você que é bem rolezeira, então qual rolê em Natal fazer mais ou que você mais curtiu?
Primeira pergunta veio do blog “Bafos do RN”:
Marina Sena: Olha! Eu sei que os melhores mergulhos que fiz foi aqui em Natal, porém não sei o nome das praias. Já sei sobre os rolés daqui são muito bons. Às vezes eu quero muito sair. Preciso de algumas dicas, porém vou precisar sair.
Bafos de Natal: Na próxima, anota para ir ao La Luna e ao Beco da Lama.
Brechando; Marina, você cantou Gal Costa no festival “The Town”, foi bastante comentado. Você pensa em transformar em um EP ou outra produção?
Marina: Com certeza em algum momento vai acontecer. Será de uma forma muito natural. Porque está sendo o destino dessa vida, não é mesmo? Hoje é uma das coisas que fazem parte do meu trabalho.
Festivá: Queria te perguntar a importância de artistas realizarem shows além do Sudeste, principalmente em cidades do interior do Brasil.
MS: Como pessoa do interior, posso falar sobre isso, porque eu sei o que é ver que 99,9% dos artistas que você curte, como uma Ana Carolina, não vai à cidade onde moral. Por exemplo, eu nunca fui ao teatro e quando comecei a ganhar dinheiro não tinha tempo de assistir à peça. Sei da falta que faz, principalmente crescer em um ambiente cultural e não ter acesso. Quero mudar esse cenário.
Não entendi o nome do veículo: Quais são os seus próximos passos?
MS: Tem uma música que eu fiz, mas eu não senti aquela estava pronta para este CD. Mas, eu já fiz novas músicas e prestei atenção na linguagem dessas músicas e ficaram muito parecidas. Não vou dar spoiler do que é, porque vai perdendo a graça. Pode ser qualquer coisa, mas segue uma história. Será mais pesado e nervoso.
Revista Quem: Eu li umas entrevistas recentes sobre o relato de sua baixa autoestima e que Gal Costa te libertou. Então eu queria que você falasse que momento você conseguiu se declarar gata, gostosa e interessante? As roupas te ajudam nisso? Vejo que essas roupas tem sido muito comentadas.
Marina Sena: Sempre fui uma pessoa com muito medo. Prefiro pecar pela falta do que pelo excesso, sabe? Então, agora que tenho stylist tenho a liberdade de querer usar o que eu quero. Hoje, eu me sinto mais bonita, porque sou representada mais nas roupas que estou vestindo. Entendi que sou gostosa, quando comecei a me apresentar.
Quando subiu o palco a primeira vez eu falei: “Caramba, sou gostosa. Sabia que tinha alguma coisa dentro de mim que era diferente, mas não sabia como expressar. “.
Tag: Hoje queria perguntar a sua evolução no palco, que agora tá tendo inclusive dançarinos no palco. Queria que você comentasse um pouco do processo de criação do seu show?
Marina: Sempre dancei desde criança, aos oito anos ingressei no balé. Sempre tive uma relação com a dança. Quando mudei para Monte Claros sempre ia para os workshops de dança. Entretanto, precisava procurar equilíbrio entre cantar MPB com a dançar, pois precisa de muito fôlego e neste álbum consegui fazer com que a música tivesse relação com a dança. Por isso, o show foi todo pensado para não perder essa conexão.
Em menos de um ano, ao comparar as entrevistas de Marina Sena no Mada de 2022 com o festival em 2023, mostra um amadurecimento da cantora mineira.
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