Compartilhe:

Nas pesquisas eleitorais do RN os nomes apontam o nome de Thabatta Pimenta, vereadora, ativista, radialista e trans. A política teve fama nas redes sociais e sites de renome quando mostrou a sua rotina com seu irmão Ryan, que tem paralisia cerebral. Além disso, a sua família LGBTQIA+ também recebeu destaque, visto que a sua mãe casou com uma outra mulher.

Mas, a vida dela passou por vário turbilhões. Se tornou vereadora na cidade de Carnaúba dos Dantas, tornando-se a primeira vereadora trans do estado. Além disso, militou pela vacina, visto que a mãe foi uma das vítimas da Covid-19. Com filiação no Partido Socialista Brasileiro (PSB), tenta uma vaga para a Câmara Federal.

Por que a escolha para deputada federal?

A Thabatta não considera que escolher se candidatar a deputada federal ao invés de estadual não foi um erro.

“A escolha de ser deputada federal não foi minha, mas da população do Rio Grande do Norte. Quando me coloquei a disposição, meu nome apareceu tanto na pesquisa para federal quanto para deputada estadual. Mas, o que me fez de verdade ser candidata para Câmara, foi quando estive com o Lula (candidato a presidente) na última convenção do partido. O presidente disse que viu já estava na hora do país eleger a primeira mulher trans e a bancada LGBQIA+ precisa crescer”, contou.

Thabatta Pimenta, a entrevista aconteceu quando a encontrei no mada

Além disso, ela citou que há possibilidades de outras trans se elegerem. “Tem a Érica (Malunguinho) em São Paulo, Duda (Salabert) em Minas, a Robeyoncé (Lima) em Pernambuco…A gente está pronta para mudar o país e me colocar neste lugar hoje é de muita importância não só para nossa comunidade, mas também continuar defendendo as outras pautas que sigo”, disse.

Direito aos PCD é uma das propostas da candidata do RN, Thabatta Pimenta

Como mencionamos acima, a Thabatta tem o irmão que é uma pessoa com deficiência (PCD). Quem os acompanha nas redes sociais, eles são unha e carne e juntos enfrentando qual obstáculo. Além disso, ela defende os direitos das famílias que são atípicas, aquelas que não se encaixam no núcleo pai, mãe e filhos.

“Sigo abraçando tudo que eu venho trazendo desde que me coloquei na política, o direito da pessoa com deficiência. Sem contar que falo desde sempre pelo direito das mães e das famílias atípicas”, contou.

Campanha sofreu transfobia em shopping da cidade

A candidata, recentemente, enquanto fazia campanha na capital potiguar, seguranças do Via Direta lhe impediu de entrar no banheiro feminino.

Já protocolamos o processo e em breve vão receber (organização do shopping). Me entristece, pois a gente vive isso diariamente e não foi só comigo, por toda a minha equipe, composta por outras mulheres trans. De alguma forma, colocamos uma discussão que já era para estar rolando há muito tempo e nosso estado começou a se perguntar os porquês. A gente tem quer mudar isso para que a gente possa fazer o nosso xixi como todo mundo.

Thabatta

Infelizmente a gente tem que passar por isso ainda e a gente quer mudar isso.

Sobre o hate e transfobia

A política lamenta o hate (expressão de ódio de pessoas na internet) que recebe nas redes sociais. “Essa questão do banheiro, por exemplo, só olhar os comentários dos posts dava para ver os mais absurdos e piores que os seguranças disseram. Então, eu prefiro não absorver e continuar fazendo a minha campanha”, enfatizou.

Em compensação, ela sentiu um grande apoio das pessoas, sendo abraçada por todo mundo. “Sinto esse abraço de pessoas de todos os lugares e mostra que a trans pode ter oportunidade para ir a outras profissões”, celebrou.

Satisfação de vereadora em Carnaúbas dos Dantas

Carnaúbas dos Dantas é uma cidade pequena, mas assim mostra progressista pelo fato de eleger Thabatta e perguntei sobre os avanços na cidade na sua atuação na Câmara Municipal. “Como parlamentar, conseguimos mostrar a voz das minorias da nossa cidade e no ano passado foi uma honra em receber o reconhecimento de um dos mandatos mais atuantes no RN.”.

Agora seu objetivo é mostrar espaço para todas as minorias.

A gente mostrou que não é só a pauta LGBT. É muito mais do que isso. A gente se coloca nesse espaço da política para falar por todo mundo, visto que a gente se coloca no lugar do outro, coisa que os representantes do povo não fazem certo.