Esta é uma foto rara da poeta e bibliotecária Zila Mamede. A imagem é um post do Instagram da Biblioteca Central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), onde hoje recebe o nome dela. Além disso, a imagem mostra Zila no meio dos livros da própria biblioteca. Se estivesse viva em 2021, ela teria completado 93 anos. Entretanto, ela não trabalhou apenas na biblioteca da UFRN, como ajudou a criar outros espaços de leitura por Natal, como a Biblioteca do colégio Atheneu.
Nasceu na Paraíba, porém viveu boa parte de sua vida no Rio Grande do Norte. Sua formação em biblioteconomia, ajudou a conquistar cargos no Instituto Nacional do Livro em Brasília, mostrando que ela era uma mulher muito boa naquilo que fazia.
Um pouco de sua biografia
Nasceu em 15 de setembro de 1928, em Nova Palmeira (PB). Aos seis anos, se mudou para Currais Novos (RN) e aos 14 anos para Natal (1942), visto que seu pai veio trabalhar na base Aérea de Parnamirim em decorrência da II Guerra Mundial. Amava Olavo Bilac e córdeis.
Mudou-se para o Rio de Janeiro se tornar bibliotecária e, na Biblioteca Nacional, foi estagiária, cuja vaga fora recomendada por ninguém menos que Manuel Bandeira. De lá, levantou voos ainda maiores, estagiando, por conseguinte, na Biblioteca da Universidade de Syracuse, na Library of Congress e no Washington International Center, ambas nos Estados Unidos.
Zila Mamede também era poeta
Seus principais livros: Rosa de Pedra (1953), Salinas (1958), O Arado (1959), Exercício da Palavra (1975), A Herança (1984) e Navegos (Poesia reunida 1953-1978). Poeta sutil, elegante, de um lirismo contido e introvertido, de solidão e paixão mas também, não raras vezes, com um fundo social relativo às temáticas do sertão nordestino. Drummond tinha-a entre suas predileções. Por sinal, o livro Rosa de Pedra inspirou para a criação do nome da banda potiguar, que você pode escutar aqui.
Biblioteca da UFRN só existe por causa dela
A biblioteca da UFRN conhecemos hoje graças ao sistema que a mesma criou. Lá, portanto, é uma rede organizada e uniformizada com o mesmo padrão técnico que, mais tarde, configuraria o Sistema de Bibliotecas da UFRN. Ou seja, a gente sabe onde todas as publicações da biblioteca central e setorial (que ficam dentro dos setores de aula), graças a ela. Após a sua morte, a biblioteca central recebeu seu nome como uma forma de agradecimento da instituição.
Por isso, a história de Zila, se mescla e até mesmo se confunde com a própria história da BCZM e da UFRN.
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