Esse nome é familiar, mas poucos sabem que Jaguarari não é só nome indígena, existiu um índio no Rio Grande do Norte famoso. Por isso, vamos contar a sua história nesta postagem.
Era no período do Brasil Colônia, quando Jaguarari nasceu nas margens do Rio dos Jaguares. Segundo alguns estudos mostram que o local ficara no Agreste do Rio Grande do Norte. Ele era o chefe guerreiro da tribo, porém recebeu a catequização dos portugueses e seu nome passou a ser Simão Romão.
No ano de 1625, Romão foi um dos prisioneiros conhecidos da Fortaleza dos Reis Magos, visto que negociou com os holandeses na Capitania da Paraíba em troca da liberdade da mulher e filho que foram presos pelos neerlandeses, fugidos da Bahia e encaminhavam de volta à Europa.
Os portugueses não aceitaram essa negociação e o consideraram como traidor.
Ficando preso na fortaleza por 8 anos. Quando os flamengos estavam tentando invadir a região e o feriu sobre as mulharas.
Mesmo enfraquecido pelos ferimentos e maus tratos, chegou à sua aldeia, que clamava retaliação.
Pensão da Coroa Portuguesa após a prisão
Após jurar fidelidade à Coroa portuguesa, foi solto e passou a acompanhar Felipe Camarão nas batalhas. Com bom desempenho nestas batalhas, recebeu mercês, como indica a passagem: “Sua Majestade lhe fez mercê de 750 reais de soldo, com cláusula de que por sua morte passariam à sua mulher e filho”.
A referência ao índio Jaguarari também aparece no capítulo de memórias de varões ilustres, do livro Desagravos do Brasil e glórias de Pernambuco. Domingos Loreto Couto retrata o índio como fidalgo da casa real e cavaleiro na ordem de Cristo, e por fim, revela que “tendo procedido em todas as occasioens com grande esplendor do seu nome, alcançou da majestade despachos e mercês conformes ao seu grande merecimento”.
Foi agraciado pelo Rei de Portugal com as honras da Carta Régia de 14 de setembro de 1638, a qual lhe concedia pensão de 750 réis. Além disso, os seus descendentes receberiam esses diretos após a morte.
Homenagens após a sua morte
Jaguarari tem uma homenagem em Natal, no qual seu nome virou uma das principais ruas. Quem trafega do Barro Vermelho até Candelária sabe muito bem onde fica e é uma das maiores ruas da cidade.
No século 19, o jornalista e político José Moreira Brandão Castelo Branco famoso político e jornalista elaborou um jornal chamado Jaguarary, que continha ideias liberais e a favor do fim da monarquia brasileira.
Sua ideologia propunha a defesa dos interesses dos senhores rurais e das camadas médias urbanas, sem compromissos diretos, no entanto, com a escravidão. Tinha como grande rival o Partido Conservador, pois os mesmos defendiam a manutenção da dominação política das elites escravocratas rurais.
Além disso, os povos Jaguarari também recebeu uma homenagem na Bahia, visto que um de seus municípios se chama Jaguarari.
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