Antoine Saint-Exupéry é conhecido pela obra “O Pequeno Príncipe”, lançado em 43, baseado quando ficou preso no deserto do Saara. Porém, tem gente que acredita que o piloto, escritor e jornalista já esteve nas terras potiguares, enquanto outros dizem que é apenas uma fanfic inventada por natalenses. Tudo começou quando os escritores locais Pery Lamartine de Faria (1995, p.65) e Nilo Pereira (que escreveu o artigo “Saint-Exupéry em Natal”, Tribuna do Norte, Domingo 14/04/1985) citaram artigos sobre o assunto anteriormente publicados em Natal e informaram sobre relatos de testemunhas oculares que indicaram a presença de Exupéry na cidade.
De acordo com Pery Lamartine o que dificultava a pesquisa estava no fato de que na década de 1920 os pilotos franceses e brasileiros não registraram seus voos. Ainda segundo o escritor Pery, no antigo aeródromo de Parnamirim, que pertencia a Aéropostale, não se deixou nenhum documento sobre os desembarques de aeronaves neste local.
Reza a lenda que deixou a cidade francesa de Bordéus em 9 de setembro de 1929, no navio de carga e passageiros S. S. Massilia, da companhia de navegação Chargeurs Réunis, chegando a Buenos Aires em 12 de outubro, após dezoito dias de cruzando o Atlântico. Ele retornará à França em 1 de fevereiro de 1931 no navio de passageiros S. S. Alsina e nunca mais retornará à América do Sul. E antes de parar em Buenos Aires fez escala na capital potiguar.
A “prova” que ele esteve em Natal é o baobá que fica na rua São José, em Lagoa Seca, e é o maior dessa espécie no país, no qual possui 19,5 metros de circunferência. Está localizado na rua São José. Fica em frente ao centro de velório do Cemitério Morada da Paz. Existem diversas histórias de como veio a planta. Alguns dizem que veio da África, outros falam que foi trazido pelos holandeses. Hoje, a árvore pertence ao escritor e advogado Diógenes da Cunha Lima. Dizem que esta serviu de inspiração de Antonine Sant-Exupéry, autor de “O Pequeno Príncipe”, porém ninguém confirmou a vinda do escritor e ex-piloto as terras potiguares durante a guerra.
Mas nada garante, pois o baobá é muito comum na África. Quando Antoine Saint-Exupéry estava voando sobre as paisagens do norte da África, ele viu milhares deles sob o céu africano.
Em 6 de maio de 2009 o baobá recebeu a visita do sobrinho-neto de Saint-Exupéry, o engenheiro François D’Agray, que esteve em Natal, à convite da Prefeitura Municipal. O sobrinho de Exupéry veio ao Brasil para o lançamento dos livros “O Pequeno Príncipe me disse” e “Antoine de Saint-Exupéry – A História de uma História” da escritora paulista Sheila Dryzun.
Também há relatos de Saint-Exupéry tenha visitado os estados do sul do país, onde também há poucas provas.
Sobre o escritor francês
Interessado em mecânica, Antoine Saint-Exupéry estudou no colégio jesuíta de Notre-Dame, em Mans, de 1909 a 1914. Neste ano, juntamente com seu irmão François, transfere-se para o colégio dos Marianistas, na Suíça, onde permanece até 1917. Em abril de 1921, inicia o serviço militar no 2º Regimento de Aviação de Estrasburgo, depois de reprovado nos exames para admissão da Escola Naval.
Em 17 de junho, obtém em Rabat, para onde fora mandado, o brevê de piloto civil. Em 1922, já é piloto militar brevetado, com o posto de subtenente da reserva. Em 1926, recomendado por amigo, o Abade Sudour, é admitido na Sociedade Latécoère de Aviação , onde começa então sua carreira como piloto de linha, voando entre Toulouse, Casablanca e Dakar, na mesma equipe dos pioneiros Vacher, Mermoz, Guillaumet e outros. Foi por essa época, quando chefiou o posto de cabo Juby, no sul de Marrocos.
Após quase 25 meses na América do Norte, Saint-Exupéry retornou à Europa para voar com as Forças Francesas Livres e lutar com os Aliados num esquadrão do Mediterrâneo. E com 43 anos, ele era mais velho que a maioria dos homens designados para funções, e sofria de dores, devido às suas muitas fraturas. Ele foi designado com um grupo de pilotos para pilotar aviões P-38 Lightning.
A última tarefa de Saint-Exupéry foi recolher informação sobre os movimentos de tropas alemãs em torno do Vale do Ródano antes da invasão aliada do sul da França. Em 31 de julho de 1944, ele partiu de uma base aérea na Córsega e não retornou. Uma mulher relatou ter visto um acidente de avião em torno de meio-dia de 1 de agosto perto da Baía de Carqueiranne, Toulon. Um corpo não identificável usando cores francesas foi encontrado vários dias depois a leste do arquipélago Frioul ao sul de Marselha e enterrado em Carqueiranne em setembro.
O alemão Horst Rippert assumiu ser o autor dos tiros responsáveis pela queda do avião e disse ter lamentado a morte de Saint-Exupéry. Em 3 de novembro, em homenagem, recebeu as maiores honras do exército. Em 2004, os destroços do avião que pilotava foram achados a poucos quilômetros da costa de Marselha. Seu corpo não foi encontrado.
Em 1998, um pescador de Marselha, Jean Claude Bianco, pescou uma pulseira prateada, com o nome de Antoine de Saint Exupéry e da mulher inscritos. Luc Vanrell, arqueólogo submarino iniciou uma busca que duraria 10 anos e viria a revelar os destroços de duas avionetas – um Messerschmitt do príncipe alemão zu Bentheim uns Steinfurt, e o Lightning de St Exupéry. Uma parte do aparelho encontra-se hoje no Museu do Ar e do Espaço de Bourget.
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