Um trilhão. É um número gigante e assustador, mas é o valor em dólares a quantidade de dados que são oferecidas. Hoje, o Facebook, a Apple e outros conglomerados da internet possui milhares de nossos dados em nossas mãos, fazendo o que quiser, incluindo na manipulação das eleições. Essa foi a palestra do professor do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN) na área de informática, Pedro Baesse.
A palestra foi realizada neste sábado (17), na Campus Party.
Para mostrar que a manipulação de dados é bastante absurda, o mesmo utilizou o Brexit, referendo que aconteceu na Inglaterra para saber se vai sair da União Europeia. De acordo com Baesse, uma empresa norte-americana chamada Cambridge Analytica foi contratada para aqueles que eram a favor da saída em impulsionar no Facebook notícias favoráveis ao assunto para aqueles que tinham dúvida em relação ao assunto.
“A intenção era gerar um sentimento de ódio naqueles que estão em dúvida”, disse.
O problema que para fazer esse impulsionamento e o direcionamento a Cambridge coletou informações de 87 milhões de usuários do Facebook.
Os dados foram utilizadas para influenciar a opinião de eleitores em vários países para ajudar políticos a influenciarem eleições em seus países. Ou seja, eles manipularam dados e quebraram diversas regras eleitorais.
Após a revelação do uso desses dados em uma investigação pela Channel 4 News, O Facebook pediu desculpas e que a Cambridge Analytica coletou os dados de forma “inadequada”.
Além disso, a empresa só pagou 5 bilhões de dólares em multa. “Este valor foi muito irrisório, visto que a indústria de dados hoje vale um trilhão de reais. Mas, esses acontecimentos mostram que podemos ser manipulados o tempo todo, principalmente sabendo que as empresas têm acesso ao que colocamos em nossas redes sociais e e-mails, desde um nude até os nossos dados bancários. Sem contar que isso pode ajudar a estimular a criação de governos ditatoriais e é um risco a democracia”.
O mesmo contou que os mesmos mecanismos que foram utilizados na Cambridge Analytica foram utilizadas em eleições recentes de presidente, como Donald Trump e Jair Bolsonaro, no qual este último ficou conhecido por diversas quantidades de Fake News espalhadas pelo Whatsapp.
Mas, o que fazer para nos proteger?
“Uma das soluções é desconfiar das fontes da informação e também utilizar softwares livres, como o Linux. Mas também, você pode se responsabilizar em saber que dado eu coloco nas redes sociais ou qualquer coisa relacionada ao computador”, sugeriu.
Assim, ele mostrou que a nossa privacidade não está morta, mas podemos lutar para revisão das leis eleitorais e o direito a privacidade, que é garantido não só na Constituição Federal, mas também na Declaração de Direitos Humanos.
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