São poucos documentários e curtas feitos no Rio Grande do Norte que falem sobre a cultura negra. Porém, existe um grupo que quer mudar essa situação. Com a sua primeira produção, o Mulungu Audiovisual, coletivo pioneiro na discussão e fomento do cinema negro brasileiro no Rio Grande do Norte, inicia suas atividades com o documentário subjetivo “Mãe & Preta”, que resgata a história de Neide – mulher, negra e mãe -, levantando reflexões sobre a vivência da mulher negra na sociedade contemporânea. Para arrecadar o dinheiro para rodar o filme e pagar as despesas de equipe, como alimentação e transporte durante a produção do filme, o projeto Mãe & Preta decidiu financiar a produção através de rifa.
A rifa custa o valor simbólico de R$5. A premiação será uma tatuagem no valor de R$ 120, realizada pela Kpitu Tattoo e Arte, como também uma trança Ghana, feita pelo Espaço DreadLooks, além de um brinde especial. O sorteio será realizado no dia 31 de julho de 2019.
Quer saber como será o filme? Veja o teaser da produção a seguir:
“Nossa equipe é majoritariamente preta e que recebe apoio de alguns profissionais do audiovisual que acreditam no projeto”, disse a Mulungu em um relase enviado para imprensa.
Para comprar bilhete da rifa ou saber mais informações, é só entrar em contato com a equipe de produção do projeto através do contato (84) 99980-9124 ou por e-mail [email protected] Você também pode saber mais e acompanhar o Mãe & Preta através do Facebook e Instagram.
Mulungu está associado ao ex-escravo sergipano
Mulungu é o nome de uma árvore típica do Brasil, mas também de um importante negro que enfrentou de frente a escravidão. João Mulungu nasceu em 1851, numa senzala do Engenho Flor da Roda. Negro forte, de traço nagô, era escravo de João Pinheiro Fraga. Jovem, presenciou sua mãe morrer por chicotadas. Em 1868, conseguiu fugir do seu proprietário. Então começou a organizar levantes com outros negros revolucionários, colaborando com a libertação de milhares de escravos dos engenhos sergipanos em Capela, Divina Pastora, Maruim, Rosário do Catete, Santo Amaro, Carmopólis, Siriri, Riachuelo e Laranjeiras.
E em 03 de janeiro de 1876, João Ferreira de Araújo Pinho decretava sua prisão. Entretanto, foram várias tentativas frustradas de captura. Mulungu era apoiado por uma rede de solidariedade. Sempre fugia por entre as matas.
Até que em 19 de janeiro de 1876, o negro Severino delatou onde João se encontrava. Preso pelo tenente João Batista da Rocha, foi levado para Divina Pastora. Logo após, para a Cadeia Pública em Aracaju (Localizada na Praça General Valadão, atual Palácio Serigy). Mais tarde condenado à morte.
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