Nota:
Alguns jornalistas vão me matar por colocar um texto super atrasado no blog, visto que apurei há 1 mês e 15 dias, mas neste período estava cheia de problemas pessoais, no qual achei melhor engavetar. Mas como este é o último dia útil do ano e preciso deixar as pendências de 2017 para finalizar de vez, vou colocar esta matéria no ar finalmente! (Glória nas alturas/Paz na Terra!). Peço desculpas aos envolvidos na matéria pela demora!
Achando que o Festival Dosol tinha terminado, o feriado de 15 de novembro, Proclamação da República, chega com shows extras nos principais bares roqueiros da cidade. Um deles quis ir, que foi no El Rock (finado Hell’s Pub), organizado pelo selo Brasinha para o primeiro evento citado, que reúne uma porrada de banda alternativa e está começando a trilhar o seu caminho como selo. As bandas que iriam tocar era Bear Fight, Talude e Gorduratrans, que conheci este ano, após ouvir música durante as minhas montagens de postagens como social media no meu trabalho (falarei mais a frente).
Após tirar da caixa 10 reais de moedas (mania de guardar trocos acaba nisso!(, porque não estava com saco de ir num Banco 24 horas (ou caixa do próprio banco) para sacar apenas uma cédula de 10 golpes ou duas cédulas de cinco golpes. Claro que não cheguei com um saco de moeda, troquei no Bocaditos (melhor confeitaria da cidade, por sinal), antes da ida ao bar. Estava aflita, porque iria sozinha, uma vez que meus amigos e irmã estavam sem saco de ir para beber (que milagre é esse? Em pleno feriado!). A primeira impressão é que estava no “De Férias Com o Ex”, uma vez que estavam dois caras que tinha ficado em pleno 2017 (eita, pegadora!). Respira e seja profissional, mulher, não se abata com estas coisas.
Por sorte, que fiquei falando com os integrantes das bandas e conheci uns garotos, que eram mais novos que eu, mas muito legais e um deles era estudante de jornalismo, ficava sempre perguntando sobre os sofrimentos da profissão. “Caraca, qual é o seu Instagram mesmo? Você prefere assessoria de imprensa ou redação? Gosta de quais bandas de rock ?”.
Quando cheguei, a Bear Fight estava perto do fim de tocar, então resolvi ficar do lado de fora. Por isso, o texto focará no Talude e Gorduratrans, que são bandas que trabalham no estilo shoegaze. Mas, que p* é esse estilo?
Na verdade nem é um estilo, começou com o indie rock e é um dos subgêneros do estilo, que começou no fim dos anos 80, tornou febre nos anos 90 e está voltando nos anos 2010, nessa moda de revival aos Ninities, uma vez que 80% das novas bandas de rock brasileiras trazem esse ar nostálgico. A primeira coisa que você vai lembrar ao falar do estilo: guitarras super distorcidas e com sintetizadores super frequentes em suas músicas. A apresentação e performance não é o foco destas bandas, quanto mais intimista o show, melhor e foi essa a proposta das duas apresentações, mesmo tenham tocados em grandes festivais alternativos no BR.
Após umas 500 digressões neste texto, vamos para a análise dos respectivos shows.
O primeiro show que vi foi o Talude, no qual a turminha com quem estava conversando rapidamente correu junto com o grupo, que estava passando o som e os meninos gritavam feito o louco. O grupo é formado por Vik Romero, Felipe Beniz, João Victor Lima e Jônatas Barbalho em meados de 2014 e rapidamente agradou a juventude natalense com o single “New Amsterdam” e “Saturday Night”. O nome pode parecer esquisito, mas tem ligação com à porção dos fundos marinhos com declive muito pronunciado que fica entre a plataforma continental e a margem continental.
Se prestar atenção nas músicas, elas podem te levar para as reflexões mais profundas, a galera estava bastante empolgada, principalmente agora que também estão cantando em português. Recentemente, eles lançaram o EP “Fragmento”, que é um pouco mais distante do shoegaze e uma pegada mais progressista. Na apresentação, eles ainda mantiveram as suas raízes, deixando a galera doida.
Engraçado ver esta banda com uma legião de fãs, me lembrei o início da banda quando Vik, no qual somos amigos há quase 10 anos, pediu ajuda para fazer o primeiro release da banda, pois eu trabalhava numa assessoria de imprensa.
Logo depois veio o Gorduratrans, no qual foi uma banda que conheci neste ano e foi engraçado conhecê-los pessoalmente e até fazer uma pequena amizade, pois sempre acho que terei para sempre uma relação distante entre músicos que gosto-eu. Os cariocas apareceram randomicamente na minha vida. Amei tanto o show do Dosol, mas como não aproveitei direito o primeiro dia, resolvi ir no show extra.
Como eu conheci? Tenho uma mania de escutar música enquanto trabalho e teve uma época que estava escutando muita música indie. Um belo dia coloquei na playlist aleatória do You Tube e apareceu a música “Você Não Sabe Quantas Horas Eu Fiquei Olhando Para Você”, que lembrava de um crush fracassado (vulgo o crushinha!), assim como a letra da música.
Chega fiquei empolgada quando soube que eles iriam tocar no Festival Dosol, mas mal sabia que um dia eles andariam randomicamente em outro evento que estava cobrindo no bairro da Ribeira e comecei a conversar com eles (bem introsa mesmo, mas morta de vergonha!). A banda é formada por dois Felipes, um é Aguiar, guitarrista e vocalista do grupo, nas horas vagas é engenheiro. O outro é Luiz Felipe Marinho, baterista e é jornalista. Os dois possuem um contraste, mas que se entrelaçam e isso é nítido nas suas músicas.
Além do Dosol, eles rodaram rapidamente em Fortaleza, Recife, João Pessoa e Campina Grande como uma mini-tour pelo Nordeste. “A gente voltou ao Nordeste um pouco mais maduros, entendemos melhor o nosso funcionamento como banda e consegue se encaixar neste meio musical”, comentou o Felipe Aguiar, em entrevista ao Brechando. “Agora também estamos com mais público, porque crescemos bastante, lançamos um disco novo e entramos em um novo selo. O show no Dosol foi incrível e ficamos impressionados com a quantidade de pessoas que foram nos ver”, continuou.
Sobre planos para 2018, o Felipe disse que espera as coisas acontecerem, uma vez que algumas oportunidades podem mudar diversos planejamentos para o futuro. “Se você me perguntasse em 2016 se teria planos para este ano, eu rapidamente responderia que não (risos)”, afirmou. Apesar de a população natalense ser bastante morgada no feriado, a galera realmente marcou presença para assistir o show dos meninos no El Rock, assim como aconteceu na primeira apresentação em menos de três dias, mostrando que o shoegaze está realmente animando os jovens que nasceram entre os anos 90 e 2000s.
Confira todas as fotos do show a seguir:
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