Vou te fazer uma pergunta: Você conhece as pessoas em sua volta? Conhece as pessoas que frequentemente andam nas ruas ou pegam os ônibus? Estes questionamentos motivaram a realização de uma ação durante todo o mês de janeiro em alguns pontos da capital potiguar e região Metropolitana.
A atividade faz parte do Projeto Eu Identidade, no qual está postando diversas fotos do trabalho pelo Instagram. É lá que você pode acompanhar toda a atividade. No mês que vem a intenção é revelar quem faz parte desta equipe de pessoas. A intenção é fazer uma exposição na Fundação Capitania das Artes ainda neste semestre.
Os modelos estão coberto dos pés a cabeça. A intenção é registrar um corpo sem referência de gênero ou características físicas aparente. A ideia é que inicialmente sejam feita de forma anônima. Inicialmente, você fica querendo compreender o porquê de querer andar desta forma, mas depois que passa as fotos, logo compreende.
Lá os atores/modelos fazem uma performance teatral que é milimetricamente planejado. Para quem viu o filme de Pedro Almodovar, “A Pele Que Habito”, as pessoas criam camadas de si mesmos para esconder o seu verdadeiro eu e é isso que o projeto quer mostrar.
O modelo de uma das fotografias, que preferiu o anonimato, por motivos óbvios (vai estragar a ideia da performance), comentou que as reações do pessoal são as mais diversas possíveis. “Já fomos xingados, tem diversas reações na rua, onde a vida acontece né, nós somos um ponto de ruptura a normatividade. Uma vez até apanhei (risos). Um rapaz bateu a camisa dele na minha cabeça, mas ele estava alterado, acredito que sob efeito de psicoativos”, comentou.
Eles já fizeram diversas ações, como a Secretaria Municipal de Assistência Social (Semtas), Praia de Pirangi, Passarela da Avenida Senador Salgado Filho e no ônibus 46, que vai da Ribeira até Ponta Negra. Eles também andaram no 56, que roda pela Via Costeira.
“A ação no ônibus nós entravamos com fones de ouvido plugados em uma fruta. Nós fomos a rota do 46 toda, e voltamos no 56, sendo que na volta a ação era diferente, voltamos todos lendo livros com as capas alteradas
uma delas, por exemplo, estava escrito “Quando olho para além da janela onde estou?”. Coisas que levassem as pessoas a questionarem a sua presença no local… acredito que ficamos muito tempo anestesiados, sem consciência do nosso corpo, a ideia era trazer a consciências das pessoas para o Aqui e Agora”, explicou.
Para a equipe, cada dia é uma ação e um diferente questionamento sobre a identidade.
Confira algumas fotos a seguir:
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