O rock na capital potiguar deu os primeiros sinais na década de 60, com bandas de colégios e os movimentos musicais daquela época. Já o heavy metal, um gênero musical baseado no rock, por sua vez, veio na década de 80. O documentário “Natal Assault: Heavy Metal na Cidade do Sol” narrará um pouco da história do estilo na capital do Rio Grande do Norte e como o estilo abalou as estruturas de uma cidade que até hoje é conservadora.
O filme está rodando desde 2013 e não tem previsão para o lançamento, visto que está elaborado de uma forma totalmente independente, sem auxílio de leis de incentivo. Ou seja, na marra, assim como foi toda a produção de álbuns, shows e discos sobre o estilo na cidade.
A ideia vem do Hervall Padilha, vocalista da banda Comando Etílico, muito famosa no Rio Grande do Norte. A ideia é contar a introdução do estilo em Natal e as primeiras pessoas que disseminaram o estilo. Além de Padilha, o doc também conta com a ajuda de Tiago Prado.
Para narrar o filme, a dupla está recolhendo depoimento de bandas e pessoas que presenciaram o nascimento e crescimento do estilo musical. Curiosidades, fotos e fatos, bandas e shows realizados serão contatos pelos amantes do gênero e pioneiros que viveram o início do movimento metálico do Rio Grande do Norte.
Os detalhes do doc podem ser conferidos em sua fanpage, que contém fotos e depoimentos de bandas da década de 80/90.
“Houve uma época onde éramos olhados de viés na rua, tratados como mendigos pelos garçons, um tempo em que nossas mães haviam perdido a esperança em nos salvar, época na qual acreditávamos que aquele sentimento pela nossa música jamais iria passar. Nos abrigávamos no conforto dos amigos, párias como todos aqueles a defender o Heavy Metal. Entre alegres tardes de sessions, demorados escrutínios de encartes de vinis, tocávamos nossas vidas, sonhando numa banda a montar ou, melhor ainda, num show de um grupo absolutamente desconhecido da maioria mas que amávamos incondicionalmente”, afirmou Bruno Bruce em depoimento para a página do Facebook.
O documentário também resgata relatos sobre como foram os primeiros shows de bandas locais e de outros estados brasileiros em Natal, da loja Whiplash, caravanas para assistir bandas internacionais, a produção de discos e dentre outras dificuldades que ainda existem na cena metaleira.
Hervall Padilha escreveu vários textos na página sobre o preconceito das pessoas mais velhas, como eram as festas nas casas dos adolescentes e um dos trechos que mais me chamou atenção foi esse, no qual mostra que eles eram felizes apenas pelo fato de escutar LPs: ” Ouvíamos Venom, Destruction, Exodus e Manilla Road, ao mesmo tempo que Mercyfull Fate, Iron Maiden e Ramones se preparavam pra entrar no palco do toca discos cuidadosamente protegido pelo “Dee Jay” da noite, mediante a agitação dos jovens ali presentes. Sim, agitávamos ao som destas bandas como se estivéssemos num show ao vivo, com o som no talo e ao pé do ouvido de todos”, relatou.
Além disso, relembrará muitas felicidades, preconceitos, tragédias, festas, inocência e todo amor pela música. Tomara que fique pronto logo para poder assistir.
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