Muita gente não sabe, mas as duas autoras que contribuíram com a literatura potiguar não se davam bem de jeito nenhum. Sem contar que os pensamentos eram totalmente contrários. Era como se misturasse água e óleo.
Já falamos por aqui que ela foi uma escritora e educadora brasileira à frente de seu tempo. Ela viveu no século 19, e se destacou como uma grande defensora dos direitos das mulheres e dos povos indígenas, além de possuir uma forte postura abolicionista em relação ao sistema escravocrata.
Floresta não apenas escreveu obras expondo seus posicionamentos intelectuais, como os colocou em prática sempre que teve a oportunidade. Aos 28, por exemplo, Nísia criou uma escola voltada para meninas em que, diferente de outras instituições de ensino do período, ensinava Ciência, Matemática, Gramática e ainda línguas estrangeiras para as garotas que ali se matriculavam.
Agora vamos falar de Isabel Gondim
Gondim também é natural da então cidade de Papary (hoje recebe o nome de Nísia Floresta). A briga foi tão grande que até chegou a publicar críticas desmoralizando Nísia.
Quando Isabel Gondim nasceu, Nísia Floresta já era uma famosa autora de livros. Ambas nunca se viram. Ironicamente, Isabel Gondim limitou a sua vida apenas ao Rio Grande do Norte, e Nísia conheceu inúmeros países, conheceu incontáveis intelectuais e pensadores, escreveu sobre inúmeros assuntos de maneira visionária. Isabel já era super conservadora. Via a mulher com muitos tabus, reproduzindo o patriarcalismo.
O foco da educação para Gondim era preparar as alunas para viver uma vida cristã e patriótica. Para isso ela percebe que não existe material publicado. Não havia nenhuma material em língua portuguesa destinado à educação feminina, ela então resolve escrever, baseado nos autores que leu em sua juventude, um livro que, publicado em 1873, recebeu o nome de Reflexões às minhas alunas.
Era como se Nísia fosse a Britney Spears e a Isabel Gondim a Christina Aguilera.
Mais grave que isso, foram os esforços que Gondim colocou na tarefa de desmoralizar a outra. Inclusive, escreveu uma carta acusando os mais diversos boatos. Estas foram as palavras de Luís Carlos Freire, pesquisador e descendente de Nísia.
Nísia Floresta x Isabel Gondim: Pior que é normal pesquisar a foto das duas e dizerem que é a mesma pessoa, inclusive o Brechando fez isso
Admitir a barrigada é normal. Este termo do jornalismo se refere quando o jornalista cometeu um erro. E, infelizmente, eu e um monte de jornalistas fizeram isso.
Eu já reproduzi Isabel como Nísia jovem tanto no site quanto na segunda edição da revista. É preciso deixar claro que errei em nome dos leitores.
Mas, poucos sabem quem começou o boato. Por aqui vamos parar, principalmente ao saber que elas eram inimigas.
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