A bióloga Gláucia Lidiane, conhecida como Glau (foto acima do título), é mestre em sistemática e evolução. Após ver as dificuldades dos alunos em botânica, ela resolveu fazer algo diferente: ensinando botânica utilizando a cantora Taylor Swift. Como assim? Os Swifties, assim como os fãs são chamados, possuem ideias malucas, desde a criação de pulseiras para serem distribuídas entre amigos até ensinar biologia.
Olha que a cantora está chegando ao Brasil neste mês e o Brechando recebeu essa história de Amanda Gehlen, que fez a ponte para conversar com Glau. “Ainda estava na graduação, quando comecei a lecionar, percebi que os alunos têm muita dificuldade com plantas, não gostam e acham chato. Então, lembrei do disco Folklore. É o álbum mais visualmente botânico da Taylor. Rapidamente, vi que a música ‘Cardigan’ tem o videoclipe cheio de referências as plantas.”, relatou.
Veja o clipe, portanto, a seguir:
Assim nasceu o método Swift, no qual Glau utiliza vídeos da cantora para auxiliar nas aulas de botânica. Os alunos assistem aos vídeos e, posteriormente, são desafiados a identificar as plantas presentes nas imagens. Porém, ela percebeu que tinha que fazer isso aos pouquinhos, visto que a imagem da Taylor chamava mais atenção.
“Mesmo após assistir atentamente aos vídeos, não conseguem focar nas plantas. Sabia que isso iria acontecer, pois estudei esse fenômeno, conhecido como ‘impercepção botânica’. Se refere à incapacidade dos seres humanos de perceberem as plantas no ambiente”, explicou a equipe do Brechando.
Para contornar esse obstáculo, Glau desenvolveu uma abordagem gradual. “Unia o conteúdo em si com as pistas visuais que estavam nos vídeos de Taylor”, explica. Conforme as aulas avançam, os alunos passam a se tornar mais observadores, identificando cada vez mais elementos botânicos nos vídeos. Posteriormente, a professora complementa o aprendizado com aulas tradicionais de morfologia vegetal.
Importância da conexão de Taylor Swift com a botânica e elementos do cotidiano
Embora a aprendizagem seja um processo gradual, Glau destaca a importância de estabelecer uma conexão emocional com os alunos. “Se eu chego ministrando um conteúdo chato de cara, eles não vão me dar bola. Mas se eu começo falando de uma cantora, do vídeo dela, isso cria uma conexão com eles, eles ficam mais receptivos”, afirma a bióloga.
O objetivo de Glau vai além das notas em si; ela busca conscientizar os estudantes sobre a importância fundamental das plantas para o nosso planeta.
O método Swift, criado por Glau, é um exemplo inspirador de como a criatividade e a paixão podem transformar o aprendizado, tornando uma botânica não apenas acessível, mas também fascinante para os alunos.
Atualmente, ela se dedica exclusivamente aos estudos da pós-graduação, mais precisamente no doutorado.
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